Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Oliveira, Rômulo José Fontenele |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48134/tde-29112021-115100/
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Resumo: |
A partir de 1970 a Serra da Capivara no Piauí ficou conhecida mundialmente pela quantidade de pinturas rupestres e vestígios de populações humanas pré-históricas em meio ao Bioma Caatinga. Pesquisas em áreas como arqueologia, antropologia, paleontologia, geologia, história e biologia feitas em cinco décadas por pesquisadores como Niède Guidon e Vilma Chiara, junto com moradores locais que tem encontrado fósseis de plantas e animais extintos, vestígios humanos com datações entre 200 e 100.000 anos no passado. Esta tradução de fatos científicos gerou controvérsias sobre a origem humana nas Américas e muitos projetos e ações científico-educativos para a preservação e conservação do patrimônio natural-cultural da região. Usamos a pesquisa etnográfica e participante, e a história oral para caracterizar saberes e práticas constituídos e mobilizados historicamente na formação e atuação de guias, condutores de visitantes e técnicos de laboratórios e museus da FUMDHAM, educadores locais que atuam profissionalmente no Parque Nacional da Serra da Capivara, instituído em 1979, e declarado patrimônio da humanidade, em 1991, e patrimônio do Brasil, em 1993. Os resultados sugerem que existe uma rede sociotécnica de atores de instituições internacionais, nacionais junto com atores das comunidades locais que deu origem a duas gerações de guias do parque e consolidaram uma geração de técnicos de laboratórios e museus a partir das escavações coordenadas pela Missão Franco-Brasileira no Piauí desde 1973, ampliadas e consolidadas pela institucionalização da FUMDHAM em 1986, pela abertura do parque para visitação em 1991, pelo primeiro Curso de Formação de Condutores de Visitantes em 1993, e pela inauguração do Museu do Homem Americano em 1994 e Museu da Natureza em 2018. Em sua formação e atuação existe um amálgama de saberes pedagógicos, curriculares e disciplinares, que vem da mistura de saberes científicos com saberes tradicionais, amadurecidos e transformados em saberes experienciais nas vivências e diálogos interdisciplinares com lugares, pessoas, coisas e seres em suas atividades profissionais cotidianas, que a partir de atividades de educação patrimonial e ambiental conduzem a um processo de identificação patrimonial ambiental que podem gerar educadores patrimoniais ambientais. Nas publicações científicas e conflitos socioambientais derivados da retirada de populações de dentro do parque houve um processo de invisibilidade de atores locais, mas considerando o resultado de ações e projetos educacionais, a implantação de universidades, a realização de cursos e projetos socioambientais houve também uma ampliação da formação e atuação profissional e da participação em processos decisórios que buscam a preservação do patrimônio e melhoria da qualidade de vida com o aumento do turismo e da sustentabilidade socioambiental. |