Análise das interferências de elementos das redes de infraestrutura no espaço da calçada e na dinâmica da mobilidade a pé, em áreas urbanas selecionadas na Região Metropolitana de São Paulo.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Clementino, Mariê Xavier
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/3/3146/tde-21092023-082138/
Resumo: O rápido crescimento das áreas urbanas em todo o mundo tem levado a transformações significativas e expansão das cidades. Como resultado, investimentos em infraestrutura são fundamentais para atender às demandas operacionais da sociedade e proporcionar espaços urbanos de qualidade. Para garantir um sistema urbano harmonioso, a integração entre as redes de infraestrutura e o uso do solo urbano é crucial. No entanto, há um desequilíbrio evidente no modelo de organização física das redes urbanas, com desarranjo no subsolo e disposição caótica no nível aéreo, o que gera várias interferências no nível da superfície urbana, além de custos adicionais para renovação e expansão dessas redes. Um dos principais impactos dessas interferências é na mobilidade urbana, especialmente na circulação de pedestres. O objetivo deste estudo é estabelecer e aplicar um procedimento para identificar e analisar as interferências permanentes dos elementos das redes de infraestrutura no espaço das calçadas e na dinâmica da mobilidade a pé. O estudo foi realizado em áreas urbanas selecionadas na Região Metropolitana de São Paulo (RMSP), próximas às estações de transporte público de massa, devido ao potencial de desenvolvimento e aumento populacional, bem como à importância da mobilidade a pé nessas regiões. O procedimento adotado consistiu em cinco etapas: levantamento prévio de informações sobre a área de estudo, coleta de dados em campo, consolidação e limpeza da base de dados, construção de métricas de análise e execução de análises descritivas, relações entre variáveis e análise de clusters. Foram selecionados cinco perímetros urbanos nos municípios de São Paulo, Santo André, Osasco, Mogi das Cruzes e Franco da Rocha, pertencentes à RMSP. Três trechos de vias foram definidos em cada perímetro, levando em consideração critérios como uso misto do solo, classificação hierárquica das vias, consolidação do tecido urbano e quantidade de acessos de veículos pelas calçadas. Os resultados mostraram que 84% dos trechos de calçada analisados atendiam às dimensões mínimas estabelecidas pela NBR 9050, a norma de acessibilidade vigente, mas apenas 12% dos elementos das redes de infraestrutura estavam posicionados corretamente no espaço das calçadas. A largura efetiva das calçadas teve um impacto maior na taxa do fluxo de pedestres do que a presença dos elementos. O estudo também identificou uma correlação estatisticamente relevante e diretamente proporcional entre a condição de conservação dos elementos e a condição do pavimento em seus contornos, embora com um grau de relevância baixo, indicando a importância de ambas as estruturas estarem em um estado adequados de conservação, uma vez que uma pode interferir na outra. Além disso, sugere a existência de uma relação inversa e não linear entre o impacto do posicionamento dos elementos e a largura total da calçada. Este estudo e sua proposta metodológica podem ser adotados pelas prefeituras brasileiras para aprimorar a acessibilidade das calçadas, possibilitando que elas direcionarem esforços de forma mais eficiente para melhorar áreas críticas. Adicionalmente, os resultados obtidos podem motivar revisões nos parâmetros de acessibilidade adotados pela NBR9050, promovendo construções e reformas mais inclusivas nos passeios públicos e que considerem as condições de implantação dos elementos das redes de infraestrutura no espaço viário urbano.