Hipertensão arterial sistêmica na população urbana e rural de Sacramento/MG: prevalência e não adesão ao tratamento medicamentoso

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Magnabosco, Patricia
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22132/tde-29052015-193755/
Resumo: A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é um problema de saúde pública devido aos altos índices de prevalência da doença, baixa adesão ao tratamento medicamentoso e controle insatisfatório da Pressão Arterial (PA) na população hipertensa. O objetivo deste estudo foi avaliar a prevalência da HAS e identificar os índices e fatores relacionados à não adesão e abandono ao tratamento medicamentoso e não controle da PA nas áreas rural e urbana do município de Sacramento/MG. Trata-se de um inquérito epidemiológico de amostragem aleatória que envolveu 1.528 indivíduos com idade igual ou superior a 20 anos. Foram coletados dados relacionados a variáveis socioeconômicas, características clínicas e informações relativas a terapêutica medicamentosa e acesso ao serviço de saúde. A prevalência da HAS foi calculada a partir do relato do participante, uso declarado de anti- hipertensivos e constatação diagnóstica entre aqueles que desconheciam sua condição. A não adesão foi medida com o \"Questionário de Adesão a Medicamentos - Qualiaids\" (QAM-Q), validado no Brasil. Foi considerado abandono do tratamento a situação em que o participante informou estar há pelo menos uma semana sem tomar nenhum anti-hipertensivo; a avaliação do não controle considerou os hipertensos em tratamento que apresentaram a PA elevada no momento da entrevista. Na análise univariada utilizou-se o Odds ratio como medida de efeito. Para o ajuste das variáveis de confusão foi utilizado o modelo de regressão logística com nível de significância de p<0,05. Foram entrevistados 153 sujeitos residentes da área rural e 1375 da área urbana. A prevalência de HAS foi de 38,6%, sendo 38,6% na área urbana e 38,5% na rural. Entre os hipertensos (n=590), 8,5% desconheciam esta condição. Dentre os que conheciam sua condição de hipertenso (n=540), 90,6% estavam em tratamento, 58,9% não aderiam ao tratamento, 9,4% abandonaram a terapia medicamentosa e 47,4 % apresentaram a PA não controlada. As variáveis que apresentaram associação com a HAS foram: idade igual ou superior a 40 anos, obesidade, baixa escolaridade, falta de trabalho e histórico familiar de HAS. O desconhecimento da condição de hipertenso foi associado à baixa escolaridade. As variáveis associadas a não adesão foram: sedentarismo, uso do saleiro, consumo de alimentos industrializados, exercício do trabalho e não comparecimento às consultas médicas. O abandono do tratamento medicamentoso foi associado a: sexo masculino, idade jovem, baixa renda, tabagismo, consumo de alimentos industrializados, estresse, não comparecimento periódico a consultas médicas, medida esporádica da PA e viver sem companheiro (a). As variáveis associadas ao não controle da PA foram: renda per capita maior que um salário mínimo, etilismo, diagnóstico de HAS há mais de cinco anos, não comparecimento à consulta médica e não seguimento da prescrição medicamentosa. A identificação da prevalência e variáveis associadas à HAS e não adesão ao tratamento medicamentoso colabora para a elaboração de políticas públicas de saúde que visam reduzir complicações da doença e melhorar a qualidade de vida da população hipertensa