Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2014 |
Autor(a) principal: |
Veiga, Renato Jacques de Brito |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8134/tde-18052015-174049/
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Resumo: |
O que são obras de arte, objetos únicos ou transformações de outras obras. O que a dança faz. O dançarino é quem pensa seu corpo ou é seu corpo que o pensa. Como se dão unidades de movimento, como aparecem, como e onde se fixam. De onde vem o olhar, para onde vai, que funções ou disfunções ele cumpre. Qual o lugar da relação entre intérpretes e espectadores, dissolução ou reformulação dessa fronteira. Pode uma obra de dança ser pensada nos moldes de um ritual, como o define Claude Lévi-Strauss [2011], enquanto uma busca um tanto desenfreada pelo contínuo do vivido em oposição à descontinuidade do pensamento mítico. Quantos corpos cabem num corpo, quantas pessoas podem ser um corpo. Não seria também o processo criativo um vasto ritual de passagem, como o descreve Victor Turner [2005], dançarinos neófitos que se deslocam do mundo social para voltarem a ele transformados, refeitos em corpos outros. Pode a dança ser considerada análoga à poesia, por transformar no corpo o que a poesia transforma na língua. São alguns dos problemas que vou criando ao longo deste ensaio, que é fruto de uma imersão etnográfica no universo dos ensaios do Núcleo Artérias, grupo de dança contemporânea da cidade de São Paulo, dirigido pela coreógrafa Adriana Grechi, com o qual me encontrei um tanto fortuitamente, devido ao interesse primeiro de etnografar processos criativos. Meus interlocutores em campo, além de Adriana, são nove dançarinas e três obras de dança contemporânea, Público [2010], Fleshdance [2012] e Bananas [2013], que são aqui desdobradas enquanto processos. A proporção teórica deste ensaio é fruto de algumas leituras mais significativas que fui fazendo ao longo do mestrado, leituras que passaram a informar a imersão etnográfica a que eu me propunha, influenciando meu olhar em campo e consequentemente o sentido das notas que eu ia fazendo. Sua porção etnográfica provém das notas que fui produzindo ao longo dos processos de Público, Fleshdance e Bananas, que frequentei semanalmente, do início ao fim, ora à distância do olhar ora adentrando os processos criativos, pontualmente, quando elas me pediam considerações. A maior parte do tempo passei no chão, sentado a um canto da sala de ensaios, em silêncio, observando e anotando, à mão. Foram três cadernos de campo inteiros. |