Produção de forragem e valor alimentício do capim-marandu submetido a regimes de lotação contínua por bovinos de corte.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2004
Autor(a) principal: Andrade, Flávia Maria Erbetta de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11139/tde-25032004-164248/
Resumo: O manejo do pastejo, caracterizado pela freqüência e intensidade de desfolhação, determina a estrutura do dossel forrageiro. Esta, por sua vez, age como condicionadora das respostas de plantas e animais. Com a finalidade de conhecer melhor as relações de causa e efeito entre a manipulação da estrutura do dossel forrageiro e a produção animal, o presente trabalho teve por objetivo avaliar o acúmulo de forragem, a composição botânica e morfológica do dossel e de amostras de forragem obtidas por meio de simulação de pastejo, bem como o valor nutritivo dessas amostras e o ganho de peso de bovinos em crescimento em pastos de Brachiaria brizantha cv Marandu submetidos a regimes de lotação contínua e taxa de lotação variável. O experimento foi realizado em área do Departamento de Zootecnia da USP/ESALQ, Piracicaba, SP, entre 01 de dezembro de 2001 e 26 de dezembro de 2002. Os tratamentos corresponderam a quatro alturas de dossel forrageiro (10, 20, 30 e 40 cm) mantidas em equilíbrio dinâmico (steady state) e alocadas às unidades experimentais segundo um delineamento de blocos completos casualizados, com quatro repetições. Durante a primavera e o verão pastos mantidos mais altos (30 e 40 cm) apresentaram taxas de acúmulo de forragem mais elevadas que pastos mantidos mais baixos (10 e 20 cm) (84,2; 88,5; 133,0 e 141,5 na primavera e 116,6; 144,3; 134,4 e 135,0 kg.ha -1 .dia -1 de MS no verão para 10, 20, 30 e 40 cm, respectivamente). Nas épocas de outono e inverno esse padrão de resposta foi invertido, com os maiores valores de taxa de acúmulo registrados para pastos mantidos mais baixos (61,1; 61,7; 44,2 e 17,5 no outono e 22,4; 10,0; -2,2 e -22,5 kg.ha -1 .dia -1 de MS no inverno para 10, 20, 30 e 40 cm, respectivamente). Não houve diferença na produção total de forragem nos 13 meses de experimento (26.360 kg.ha -1 de MS em média), porém a condição do dossel forrageiro implicou em alterações significativas na distribuição estacional da produção. As proporções de folhas (21,5%) e hastes (27,8%) na massa de forragem mantiveram-se relativamente constantes para a amplitude de alturas de dossel estudada e a proporção de material morto foi menor nos pastos de 10 cm (45,3%) em relação aos demais (49,2%, em média). Nas amostras de simulação de pastejo a proporção de folhas (78,1%) foi muito superior e a de hastes (6,0%) e material morto (9,7%) muito inferiores àquelas mensuradas na massa de forragem do dossel. A forragem proveniente dos pastos de 10 cm apresentou menores proporções de folhas senescentes (2,7%) que pastos mantidos a 20, 30 e 40 cm (3,5% em média). Em termos de composição química, as maiores concentrações de matéria mineral, proteína bruta e lignina, além da digestibilidade da matéria orgânica, foram encontradas na forragem proveniente dos pastos de 10 cm (11,7; 13,7; 3,6 e 67,1%, respectivamente) relativamente às outras condições de dossel avaliadas (11,2; 12,2; 3,0 e 63,9%, respectivamente, em média). Os teores de FDN e FDA foram menores nos pastos de 10 cm (60,8 e 28,1%, respectivamente) quando comparados com os pastos mantidos a 20, 30 e 40 cm (62,0 e 29,0%, respectivamente). Na média do período experimental, a taxa de lotação decresceu com a elevação da altura do dossel forrageiro (4,1; 3,0; 2,1 e 1,2 UA.ha -1 para 10, 20, 30 e 40 cm, respectivamente), sendo que durante as épocas de crescimento mais favoráveis (primavera e verão) foram registrados os maiores valores do experimento. Apesar do valor nutritivo ligeiramente superior da forragem proveniente dos pastos mantidos a 10 cm, o desempenho animal aumentou com o aumento em altura do dossel (0,19; 0,51; 0,75 e 0,93 kg animal -1 .dia -1 para 10, 20, 30 e 40 cm, respectivamente). O controle e a manipulação da condição (estrutura) do dossel forrageiro interferiu de forma direta sobre a produção e o valor nutritivo da forragem, embora o desempenho animal deva ter sido determinado por diferenças em consumo de forragem para as condições de dossel estudadas, uma vez que as diferenças em valor nutritivo foram pequenas.