O sentido da autoridade docente e a sua relação com as manifestações de violência na escola: reflexões sobre a experiência rememorada

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Cirillo, Sandra da Cunha
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47131/tde-16112022-191656/
Resumo: Esta pesquisa tem por objetivo a investigação sobre a relação entre a autoridade docente, em suas expressões de ausência e de presença, e os efeitos de seu exercício no que concerne às manifestações de violência na escola. As discussões acerca da crise na autoridade, abrangendo a sociedade, não são recentes, do mesmo modo que os dilemas relativos à violência dentro e fora da ambiência escolar. A relação entre ambas, envolvendo impasses referentes tanto às influências externas à escola quanto à responsabilização das instituições escolares e de seus agentes vem sendo debatida nas últimas décadas, considerando a crescente incidência das expressões de violência intramuros no Brasil e no mundo. Entre os autores da Teoria Crítica da Sociedade, referencial desta pesquisa, Theodor W. Adorno, Walter Benjamin, Max Horkheimer e Herbert Marcuse articulam as concepções relativas à consolidação e ao adensamento do cenário de violência com os conceitos e as manifestações referidas à autoridade, à formação docente, à experiência, direcionando os debates às possibilidades de uma educação para a consciência, dados os desafios impostos pelas condições objetivas da nossa sociedade. Se por um lado, os autores apontam para a conformação quase intransponível da estrutura vigente, por outro, inferem sobre a importância da educação como meio para o enfrentamento aos efeitos da alienação, resultante da subsunção à dominação estabelecida pelo sistema. Este estudo baseouse em pesquisa teórica, abrangendo os autores da Teoria Crítica da Sociedade em articulação com outros pensadores, entre eles, Giorgio Agamben, Hannah Arendt, Pierre Bourdieu, Eric Debarbieux e Sigmund Freud, além de pesquisas empíricas sobre a temática; e na rememoração de cenas escolares testemunhadas pela pesquisadora no contexto de sala de aula. Para tanto, o trabalho de reconstrução dos relatos entrelaçou o exercício de evocação de memória das experiências vividas com registros e documentações compilados à época das observações. O objeto da pesquisa, a relação entre o exercício da autoridade docente e as expressões de violência na escola, articulou-se com discussões acerca da formação docente e os imbricamentos desses elementos direcionados às possibilidades de uma educação para a emancipação. Os resultados do estudo indicaram que quando a autoridade é exercida de maneira autoritária, seja por meio da ameaça ou do controle, seja por meio da sua abstenção, essas ações tendem a desdobrar-se em expressões de violência na sala de aula. Em contrapartida, quando a autoridade é direcionada para a formação da sensibilidade e da consciência, no sentido da instauração de um ambiente colaborativo e de pertencimento, as manifestações de violência tendem a arrefecer