Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2014 |
Autor(a) principal: |
Ohlweiler, Mariane Inês |
Orientador(a): |
Fischer, Rosa Maria Bueno |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/95669
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Resumo: |
Esta tese tem como tema central o conceito de autoridade e as relações de poder ligadas à família e aos discursos sociais de diferentes períodos históricos e das últimas décadas do século XX e começo do século XXI. O objeto de pesquisa constitui-se a partir da pergunta: “De que modos têm se construído discursivamente as figuras de autoridade?”. O referencial teórico principal abarca os conceitos de: autoridade, de Hannah Arendt; relações de poder, de Michel Foucault; memória, de Henri Bergson; experiência, de Walter Benjamin; narrativa e transmissão, em um sentido mais amplo, pelo viés filosófico e psicanalítico, a partir de vários autores. Como metodologia de pesquisa, além da revisão de dados históricos, adotou-se a perspectiva de inspiração genealógica de Michel Foucault, aliada à análise de narrativas intergeracionais. O material empírico foi obtido a partir de doze entrevistas abertas em forma de narrativa, com pessoas oriundas de quatro famílias diferentes, e com a seguinte relação familiar: avó, pai ou mãe, filho ou filha (até dez anos de idade). Os dados obtidos indicam que é possível analisar a transmissibilidade inerente às relações familiares, que perpassam as gerações, no que diz respeito ao tema da educação e às relações de poder. As narrativas obtidas dão visibilidade a vários processos de instauração, afirmação, questionamento e negação de figuras de autoridade; de definição dos lugares de poder, de quem pode mandar e quem deve obedecer; de saudosismo em relação à própria infância. A autoridade foi observada e compreendida como construção de realidades discursivas, as quais podem se apresentar e ser verbalizadas por dimensões corporais ou afetivas, em narrativas intergeracionais. Conclui-se que a paulatina abdicação de castigos físicos e a intensificação do diálogo na relação entre pais e filhos provocaram mudanças consideráveis nos processos educativos. O espaço à fala concedido às crianças tem reconfigurado as relações com os adultos, os quais procuram estabelecer modos de construir-se e narrar-se como figuras de autoridade, que se pautem para além do autoritarismo e do medo infligido às gerações de outras décadas. Defende-se a tese de que a autoridade encontra-se atualmente em um lugar de desejo, em uma busca por responsabilidades parentais que almejam ser alcançadas e de um lugar que se deseja ocupar. Os pais têm se sentido incumbidos de se assumir como figuras de autoridade, de afeto, de diálogo e de relações mais democráticas; tudo em um mesmo lugar, em uma só pessoa – persistindo, ainda, impressões um tanto negativas e com teor de autoritarismo sobre o conceito de autoridade. Essas impressões dizem respeito à construção conceitual e a suas respectivas rupturas e descontinuidades, bem como à memória coletiva dos conceitos, transmitida a diferentes gerações. |