Adolescentes em grupo: aprendendo a cooperar em oficina de jogos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2010
Autor(a) principal: Garcia, Heloisa Helena Genovese de Oliveira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47131/tde-30072010-103022/
Resumo: Nos tempos atuais, ser capaz de se relacionar de modo cooperativo e autônomo é uma exigência crescente, dada a variedade de contextos interativos presenciais ou virtuais de que participamos diariamente. Portanto, é tarefa de todo profissional que trabalha com grupos contribuir com o desenvolvimento desta condição. A presente pesquisa teve como objetivo favorecer a construção de relações cooperativas em adolescentes, em um contexto de oficina de jogos. Com base no trabalho do Laboratório de Psicopedagogia do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo (LaPp-IPUSP), realizaram-se 23 reuniões semanais com 12 alunos dos dois últimos anos do Ensino Fundamental de uma escola pública paulistana. Para fundamentação teórica e metodológica recorreu-se às contribuições de Piaget, especialmente ao papel das relações interindividuais ao desenvolvimento da cooperação e ao funcionamento da equilibração majorante. Os procedimentos de coleta de dados incluíram diário de campo, filmagem das oficinas, registros escritos dos sujeitos e gravação das entrevistas individuais com os mesmos. Foram adotados dois recortes de análise: intervenções da pesquisadora, gestora das oficinas, e interações entre os sujeitos. Os resultados foram organizados em quatro eixos interdependentes: 1) intervenções de caráter metodológico referentes a regras gerais, rotina diária e condução dos jogos e atividades; 2) intervenções relativas à promoção de sete atitudes favoráveis à cooperação: descentração frente às propostas, descentração frente ao outro, respeito às regras dos jogos, respeito ao outro, responsabilidade pela organização do grupo, responsabilidade pelas decisões e espírito lúdico; 3) interações entre os adolescentes em cinco situações: provocação alheia, divergência de opiniões, solicitação alheia, liderança alheia e sucesso alheio; 4) evolução de cinco sujeitos quanto às atitudes favoráveis à cooperação. Nos resultados concernentes às intervenções (eixos 1 e 2) foram destacados dezoito procedimentos que visaram romper relações indiferenciadas, estimular diferenciações e promover integrações no grupo de sujeitos, favorecendo a construção de relações cooperativas. Estruturada em uma perspectiva genética, a análise das interações (eixo 3) identificou e classificou as reações dos sujeitos em cada situação, segundo os três tipos de condutas compensatórias (alfa), (beta) e (gama). Quanto à evolução dos sujeitos (eixo 4): três apresentaram majorância consistente em relação às atitudes favoráveis à cooperação; um, embora tenha aumentado a ocorrência destas atitudes, persistiu num movimento mais instável e o quinto apresentou postura cooperativa durante todo o processo. Considera-se a caracterização dos procedimentos de intervenção e dos modos de interação entre os participantes uma contribuição relevante desta pesquisa para estudos relativos aos temas: trabalho em grupo, autonomia e cooperação. Por fim, destaca-se que a aplicação da teoria da equilibração para o campo das relações interindividuais mostrou-se promissora na presente investigação