Capacidade de dispersão de Diaphorina citri Kuwayama (Hemiptera: Psyllidae)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Tomaseto, Arthur Fernando
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11146/tde-21022013-160927/
Resumo: O Greening ou Huanglongbing (HLB) é a doença mais devastadora dos citros na atualidade. Levantamentos mostram que a enfermidade está presente em cerca de 60% dos talhões do parque citrícola paulista, demostrando sua grande capacidade de disseminação. O psilídeo-asiático-dos-citros, Diaphorina citri Kuwayama (Hemiptera: Psylidae) é um importante vetor dos agentes causais associados ao HLB. Sua capacidade de dispersão está intimamente relacionada ao progresso da doença no campo. Não se tem conhecimento dos principais fatores que possam interferir no deslocamento do inseto até plantas cítricas. Sendo assim, a presente pesquisa teve como objetivo investigar a influência de alguns fatores ambientais sobre a dispersão do psilídeo D. citri, discutindo-os em relação à epidemiologia do HLB dos citros. Inicialmente foram realizados testes em laboratório para adaptação da metodologia de marcação, liberação e recaptura usando pó fluorescente. Grupos de psilídeos adultos foram marcados e sua sobrevivência avaliada, verificando a influência de quatro cores distintas de pó fluorescente (amarelo, azul, rosa e verde). Posteriormente realizaram-se estudos de campo com quatro liberações de psilídeos, com marcadores distintos, em quatro áreas experimentais circulares e adjacentes, sendo formadas por círculos concêntricos localizados a 18, 24 e 30 m de cada centro de liberação. Os insetos foram monitorados visualmente e por armadilhas adesivas amarelas. Nas 1ª e 2ª liberações, foi verificado o efeito das coberturas vegetais milho (Zea mays L.) e capim-braquiária (Brachiaria decumbens Stapf.) na dispersão de D. citri. Já nas 3ª e 4ª liberações, foi estudado o efeito de brotações no deslocamento do inseto. A influência dos ventos foi avaliada em ambas as situações. A análise de sobrevivência indicou que não houve interferência das quatro cores de pó fluorescente em D. citri, sendo a marcação visível no corpo dos insetos durante os 48 dias de avaliação. De acordo com as análises fatoriais, não foi observada qualquer interferência da cobertura vegetal milho, medindo 2 m de altura, na dispersão do inseto. Na presença de brotações, adultos de D. citri dispersaram menos em busca de novos hospedeiros, acumulando-se nas primeiras linhas de plantas cítricas. Após 6 horas da liberação, a capacidade de dispersão máxima de D. citri foi três vezes maior na condição de ausência de brotações. A dispersão média e a área total abrangida variaram assimptoticamente com o tempo, ou seja, o inseto possui inicialmente grande velocidade de dispersão, porém esta tende a se estabilizar com o incremento do tempo. Esses resultados deixam claro que D. citri realiza movimentos dependendo das condições fenológicas de seus hospedeiros, ressaltando a grande importância de se intensificar métodos de controle regionais em épocas em que o fluxo vegetativo das plantas cítricas não é tão intenso.