Estudos bioecológicos de Tamarixia radiata (Waterston, 1922) (Hymenoptera: Eulophidae) para o controle de Diaphorina citri Kuwayama, 1907 (Hemiptera: Psyllidae)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2009
Autor(a) principal: Gómez Torres, Mariuxi Lorena
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11146/tde-15042009-073937/
Resumo: Desde 2004 foram detectadas, nas áreas citrícolas paulistas, as bactérias responsáveis pela principal doença de citros no mundo, o huanglongbing ou greening. A ampla distribuição no Brasil do psilídeo vetor, Diaphorina citri e a presença do patógeno nas áreas citrícolas é um fator limitante à produção. Tamarixia radiata é o principal agente de controle biológico de D. citri. Assim, os objetivos do presente estudo foram: a) realizar o levantamento populacional de T. radiata nas regiões citrícolas do estado São Paulo; b) caracterizar o policromismo em populações do parasitóide provenientes das principais regiões citrícolas do estado; c) estudar a biologia de T. radiata em condições de laboratório; d) avaliar a capacidade de parasitismo em diferentes temperaturas; e) determinar, mediante liberações em pomares cítricos comerciais, a eficiência de T. radiata para o controle de D. citri; f) determinar a ocorrência e efeitos no parasitismo da associação T. radiata - Wolbachia; g) realizar o zoneamento agroecológico de D. citri e T. radiata com base nas exigências térmicas e higrométricas para o estado de São Paulo. As populações de T. radiata coletadas em Itirapina, Pederneiras, Piracicaba e São Carlos apresentaram variações cromáticas em relação à espécie típica, sendo que as regiões ITS1 e ITS2 do rDNA das populações analisadas apresentaram de 98 a 99% de identidade. Assim, estas variações cromáticas estão relacionadas à plasticidade fenotípica intra-específica, própria de populações que se encontram em processo de adaptação ecológica. Em 24 horas, o maior parasitismo foi obtido nas temperaturas de 25 e 30°C. Este parasitóide desenvolveu-se na faixa térmica de 15 a 35°C, sendo que 25°C foi a temperatura mais adequada por proporcionar maior viabilidade do período ovo-adulto e os maiores valores da taxa liquida de reprodução (Ro) e da razão finita de aumento (). No município de Araras, oito dias após a liberação, a porcentagem de parasitismo de T. radiata se manteve entre 51,57 e 72,75%. Nos municípios de Cordeirópolis e Limeira, após três liberações, a porcentagem de parasitismo variou entre 30 e 60%. As populações coletadas em Cafelândia, Ribeirão Bonito e Piracicaba apresentaram infecção múltipla por Wolbachia. O limite térmico inferior de desenvolvimento (Tb) foi de 7,13°C e a constante térmica de 188,7GD. Mediante um Sistema de Informação Geográfica, foram obtidos mapas de distribuição do desenvolvimento de T. radiata e D. citri. Assim, ao longo do ano podem ocorrer, na região norte, de 10 a 13 ciclos de D. citri e de 31 a 35 ciclos de T. radiata; na região nordeste, o número de ciclos pode variar de 6 a 10 e de 24 a 31 para a praga e para o parasitóide, respectivamente; nas regiões sudoeste e sudeste, o número de gerações pode variar de 3 a 10 e de 19 a 31 para D. citri e T. radiata. Verificando estes aspectos da interação T. radiata e D. citri, os dados obtidos no presente trabalho poderão auxiliar para a implementação de um programa de controle biológico, como parte do manejo de D. citri, em regiões ecologicamente distintas do estado de São Paulo.