Distribuição espacial e sazonal de Aedes aegypti e Aedes albopictus (Diptera: Culicidae) no Parque Municipal do Piqueri, São Paulo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Silva, Marta Ribeiro Heinisch e
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6132/tde-20072017-113333/
Resumo: Introdução: Febre amarela urbana, dengue, chikungunya e Zika vírus são arboviroses transmitidas pela picada das fêmeas de mosquitos do gênero Aedes, principalmente Ae. aegypti e Ae. albopictus. São espécies simpátricas, que desenvolvem-se nos mesmos criadouros, porém, alguns aspectos biológicos desses vetores, como a distribuição e frequência, são influenciados pelo nível de urbanização do ambiente e pelas variáveis climáticas. Objetivo: Avaliar a distribuição e frequência do Ae. aegypti e Ae. albopictus em três diferentes áreas do Parque Municipal do Piqueri, na zona leste de São Paulo, durante a primavera e o outono. Metodologia: Durante seis semanas consecutivas das primaveras de 2014 e de 2015 e dos outonos de 2015 e de 2016, ovitrampas foram instaladas em três diferentes áreas do parque, delimitadas de acordo com a distância da região habitada e grau de cobertura vegetal: A (interna), B (intermediária) e C (periférica). No laboratório, os ovos eclodiram sob temperatura ambiente e larvas L4 foram identificadas por espécie. Dados de temperatura e pluviosidade foram obtidos junto ao Centro de Gerenciamento de Emergências da Prefeitura de São Paulo. Resultados: Foram coletados 38.561 ovos de Aedes, 23.509 larvas foram identificadas: 5.270 de Ae. aegypti e 18.239 de Ae. albopictus. O maior número de ovos foi coletado nas primaveras (25.457; 66 por cento ) e a maior taxa de eclosão de ovos foi obtida nos outonos (68,3 por cento em 2015; 80,4 por cento em 2016). Utilizando a Razão de Taxas de Incidência (Incidence Rate Ratio, IRR), os modelos da regressão binominal negativa indicaram associação entre a oviposição dos vetores e estação, sendo essa associação explicada pelas temperaturas máximas e mínimas. Os mapas da krigagem evidenciaram a distribuição espacial das espécies com Ae. aegypti concentrado na área C, a qual está fortemente associado e Ae. albopictus distribuindo-se pelas três áreas de estudo, principalmente A e B, sem associação significativa. Conclusão: A presença de Ae. aeypti e Ae. albopictus já foi apontado nos parques da cidade de São Paulo, mostrando o quanto esses culicídeos estão adaptados a essas áreas verde urbanas. Os resultados do estudo corroboram com dados da literatura e demonstram que, o aumento em uma unidade das variáveis temperatura máxima e mínima, incide também no aumento da oviposição de ambas espécies. A distribuição espacial mostrou o padrão de segregação dos vetores com Ae. aegypti, estritamente antropofílico, concentrado na área C, próxima a região habitada, enquanto Ae. albopictus, de comportamento eclético e associado a áreas com determinado grau de cobertura vegetal, concentrado entre as áreas A e B, mas também encontrado na área C. Os parques urbanos podem servir de refúgio para essas espécies vetoras, que encontram abrigo e fonte de alimento nesses locais, podendo estabelecer ciclos de transmissão de arbovírus, portanto, é de grande interesse que a vigilância epidemiológica também atue nessas áreas