Prevalência da aterosclerose subclínica em mulheres na pós-menopausa com risco cardiovascular baixo e intermediário estimado pelo escore de Framingham

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Petisco, Ana Cláudia Gomes Pereira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/98/98131/tde-15072014-090843/
Resumo: As doenças cardiovasculares permanecem como principal causa de mortalidade entre mulheres de vários países, entre eles, o Brasil. A doença arterial coronária ocorre duas a três vezes mais nas mulheres na pós-menopausa que na pré-menopausa, fato possivelmente explicado pela proteção estrogênica. A estratificação de risco pelos escores tradicionais, como o de Framingham, muitas vezes, apresenta-se falha, havendo constante busca por métodos auxiliares (clínicos, laboratoriais ou de imagem) que ajudem na identificação precoce das mulheres mais predispostas a apresentar um evento cardiovascular. O objetivo principal deste estudo foi determinar a prevalência da aterosclerose subclínica em mulheres na pós-menopausa com risco baixo e intermediário pelo escore de risco de Framingham (ERF), avaliando, nas artérias coronárias, o escore de cálcio, na aorta, a presença de calcificação e, nas artérias carótidas, a espessura mediointimal (EMI), a presença de placas ateroscleróticas e a rigidez arterial pela velocidade de onda de pulso (VOP). Os objetivos secundários foram: 1. Avaliar a EMI e presença de placas na artéria subclávia direita, identificando sua correlação com dados clínicos e laboratoriais; e 2. Avaliar associação entre a expressão do mRNA dos genes TNFA, IL6, NOS3 e ESR1 com a presença de aterosclerose subclínica. Foram incluídas 138 mulheres na pós-menopausa. A idade média foi de 56,15 ± 4,93 anos, tempo médio de pós-menopausa foi 8,25 ± 5,97 anos, idade na menopausa, 48,08 ± 5,17 anos e o ERF foi de 2,64 ± 2,13% (mediana: 2%). A prevalência da EMI carotídea aumentada, placas nas carótidas, presença de EMI e/ou placas carotídeas, escore de cálcio maior que zero, calcificação aórtica (CA) e VOP elevada foi de 45,7%, 37,7%, 62,3%, 23,9%, 45,7% e 25,4% respectivamente; e 18,8% não apresentaram alteração em nenhum sítio avaliado. A presença de aterosclerose subclínica (presença de, pelo menos, um exame de imagem alterado) relacionou-se de forma independente com a idade (OR: 1,144; IC95%: 1,032 - 1,369; p=0,011), pressão arterial sistólica (PAS) (OR: 1,041; IC95%: 1,003 - 1,081; p=0,034) e ApoA1 (OR: 0,973; IC95%: 0,952-0,994; p=0,011). Os exames de imagem relacionaram-se entre si, com dados clínicos e laboratoriais. A prevalência de placas na artéria subclávia direita foi 38,4%. A EMI e a presença de placas na artéria subclávia direita relacionaram-se com a EMI e placas de carótidas, VOP, idade, ERF e PAS. A EMI da artéria subclávia relacionou-se também com a CA. A maior expressão mRNA do TNFA e do IL6 relacionou-se com a presença de aterosclerose subclínica, EMI carotídea aumentada e dislipidemia. Maior expressão do IL6 relacionou-se com a VOP. Houve correlação entre expressão do mRNA do NOS3 e EMI carotídea (r=0,20; p=0,01). Concluímos que a prevalência da aterosclerose subclínica foi de 81,2% nas mulheres na pós-menopausa com risco baixo e intermediário (ERF). A EMI e a presença de placas ateroscleróticas na artéria subclávia direita relacionaram-se com valores mais elevados da idade, ERF e PAS. Houve associação entre maior expressão do mRNA dos genes TNFA e IL6 com a presença de aterosclerose subclínica. A expressão do mRNA do gene NOS3 correlacionou-se positivamente com a EMI carotídea.