Sistemática e biogeografia de Aphilodontinae Silvestri, 1909, com a primeira abordagem molecular para a subfamília (Geophilomorpha: Geophilidae)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Calvanese, Victor de Carvalho
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/41/41133/tde-22032022-110432/
Resumo: As centopéias de Aphilodontinae são caracterizadas pelo corpo filiforme com menos de 1 a 7 cm de comprimento e entre 3393 segmentos portadores de pernas, forcípula composta por apenas três artículos e esternitos sem poros ventrais. Com quatro gêneros, a subfamília é conhecida para África do Sul por Philacroterium Attems, 1926 e América do Sul por Aphilodon Silvestri, 1898, Mecophilus Silvestri, 1909 e Mairata Calvanese, Bonato & Brescovit, 2019. O presente trabalho apresenta novas espécies e trata das relações filogenéticas e biogeografia de Aphilodontinae, com base principalmente em dados morfológicos e moleculares. Seis novas espécies de Aphilodon recentemente amostradas no Brasil são apresentadas. No bioma de Mata Atlântica, Aphilodon foraminis n. sp., A. aiuruoca n. sp., A. acutus n. sp. e A. rectitibia n. sp. foram registradas no estado do Rio de Janeiro. A. rectitibia n. sp. também foi relatada para os estados de São Paulo e Minas Gerais. Aphilodon cangaceiro n. sp. é o primeiro registro de Aphilodontinae para o estado do Piauí e foi amostrado no bioma de Caatinga. Aphilodon bahianus n. sp. é o primeiro Aphilodontinae conhecido da Bahia, com registros em Mata Atlântica e Caatinga. Além disso, Mecophilus carioca n. sp. é descrito com base em material recentemente coletado em Mata Atlântica, sendo o primeiro registro do gênero no estado do Rio de Janeiro. Pela primeira vez uma filogenia baseada em dados morfológicos e moleculares é apresentada para Aphilodontinae. A matriz morfológica é composta por 52 terminais, incluindo todas as espécies conhecidas de Aphilodontinae e grupo irmão de Aphilodontinae) e 58 caracteres. Análises moleculares foram direcionadas aos marcadores mitocondriais COI e 16S rRNA e aos nucleares 18S e 28S rRNAs, e todos os gêneros de Aphilodontinae foram representados. Quatro análises filogenéticas foram conduzidas: máxima parcimônia para caracteres morfológicos, máxima verossimilhança para partições moleculares analisadas separadamente, máxima verossimilhança para partições moleculares analisadas em conjunto e máxima verossimilhança para caracteres morfológicos e todas as partições moleculares analisadas juntas (evidência total). Diferentes análises recuperaram a monofilia de Aphilodontinae e também de seus quatro gêneros, contudo, dados moleculares e a abordagem de evidência total resolveram melhor a relação entre gêneros e espécies. Além disso, novas sinapomorfias morfológicas foram diagnosticadas para Aphilodontinae, Aphilodon e Geoperingueyia, e alguns aspectos relacionados à evolução da subfamília são discutidos. Uma análise de biogeografia baseada em datação molecular e reconstrução de áreas ancestrais é apresentada. Nesta pesquisa, sequências dos marcadores COI, 16S, 18S e 28S foram utilizadas para estimar o tempo de divergência entre as espécies de Aphilodontinae por Inferência Bayesiana, com um relógio log-normal relaxado não correlacionado e dois pontos de calibração. As áreas ancestrais foram reconstruídas em uma abordagem de máxima verossimilhança sobre os modelos de Statistical Dispersal Vicariance Analysis (S-DIVA), Statistical Dispersal Extinction Cladogenesis (S-DEC) e Dispersal Extinction Cladogenesis (DEC). Os resultados indicam que a subfamília divergiu de outros Geophilidae há aproximadamente 170 milhões de anos, pela fragmentação da Pangea. Há cerca de 140 milhões de anos, Philacroterium divergiu de outros Aphilodontinae pelo distanciamento da África e América do Sul. Mecophilus, Aphilodon e Mairata diversificaram em uma mesma biorregião, e apenas Aphilodon expandiu seu território pela dispersão de algumas de suas espécies.