Taxonomia de Dasymutillini Neotropical Brothers & Lelej, 2017 com ênfase em Traumatomutilla André, 1901 (Hymenoptera: mutillidae)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Bartholomay, Pedro Reck
Orientador(a): Oliveira, Marcio Luiz de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA
Programa de Pós-Graduação: Entomologia
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://repositorio.inpa.gov.br/handle/1/12373
http://lattes.cnpq.br/8796703019104122
Resumo: Mutillidae é uma família de vespas aculeadas cujas fêmeas são ápteras, machos geralmente alados e cujas larvas atuam como ectoparasitóides de imaturos encapsulados de outros insetos, sobretudo pupas de outros himenópteros solitários. Na região Neotropical apenas Mutillinae e Sphaeropthalminae são registradas, esta última contendo Dasymutillini que abriga cerca de um quarto das espécies reconhecidas para Mutillidae nessa região. Os gêneros neotropicais de Dasymutillini são reconhecidamente complexos e têm os limites entre si pouco definidos, com diversas espécies tendo posicionamente questionável. Muitos destes gêneros são provavelmente parafiléticos e devem ser desmembrados em múltiplos gêneros novos no futuro. Dentre tais grupos, Traumatomutilla André, responsável por mais de 180 das mais de 450 espécies de Dasymutillini, tem a taxonomia especialmente complexa e historicamente negligenciada. O dimorfismo sexual acentuado presente em Mutillidae de maneira geral faz com que Traumatomutilla tenha 136 espécies conhecidas com base apenas nas fêmeas, 48 com base apenas nos machos e duas espécies com ambos os sexos conhecidos. A descrição de mais da metade das espécies data de antes de 1920 e se baseia quase que exclusivamente em caracteres de coloração e cerdas cuja utilidade como caráter diagnóstico foi colocada em dúvida por estudos recentes. Além disso, não existem caracteres morfológicos conhecidos que possam ser usados para separar Traumatomutilla de sua contraparte norte-americana, Dasymutilla Ashmead, mesmo que ambos os gêneros formem grupos distintos filogeneticamente. O presente estudo teve como objetivo elucidar a taxonomia de Dasymutillini na região Neotropical dando ênfase à Traumatomutilla e gêneros morfologicamente próximos a este. Para tanto foram examinados mais de 10.000 espécimes de Traumatomutilla André, Cephalomutilla André, Leucospilomutilla Ashmead e Dasymutilla Ashmead, incluindo cerca de 200 espécimes-tipo. Os resultados foram: a descrição de dois gêneros novos de Dasymutillini, Atlantilla Bartholomay & Williams — contendo apenas uma espécie com base no antigo grupo de Traumatomutilla auriculata e machos da Mata Atlântica até então desconhecidos — e Quwitilla Bartholomay & Williams gen. nov. — incluindo três espécies anteriormente alocadas em Dasymutilla, Q. blattoserica (Kohl) comb. nov. (espécie-tipo), Q. peruviana (Suárez) comb. nov. e Q. bellatrix (Manley & Pitts) comb. nov.; o gênero Cephalomutilla foi revisado resultando em nove sinonímias e quatro espécies conhecidas por ambos os sexos, C. haematodes (Gerstaecker), C. zelichi Casal, C. proxima (Smith) e C. cabezona Bartholomay & Williams sp. nov.; o gênero Leucospilomutilla é revisado resultando em duas espécies conhecidas com base em ambos os sexos e uma espécie conhecida com base apenas em fêmeas; duas espécies de Dasymutilla são sinonimizadas com espécies de Traumatomutilla e uma terceira é realocada para Xystromutilla André, X. aequatorialis (André) comb. nov.; os registros sul-americanos de Dasymutilla são atualizados reduzindo a cinco o número de espécies desse gênero na região. Doze dos 14 grupos de espécie de Traumatomutilla são revisados resultando em 68 sinonímias propostas, 61 redescrições (incluindo 37 casos em que ambos os sexos foram descritos/redescritos), 38 associações sexuais, 13 chaves de identificação e nove espécies novas: T. pilkingtoni Bartholomay & Williams sp. nov., T. fratres Bartholomay & Williams sp. nov., T. anhanga Bartholomay & Williams sp. nov., T. barathra Bartholomay & Williams sp. nov., T. pantherina Bartholomay & Williams sp. nov., T. poranga Bartholomay & Williams sp. nov., T. juvenindica Bartholomay & Williams sp. nov., T. peismatara Bartholomay & Cambra sp. nov., and T. tetratrauma Bartholomay & Williams sp. nov. Três novos registros de hospedeiros são relatados: T. ocellaris (Klug) parasitando Bicyrtes sp.; e T. diopthalma parasitando Podium sp. (em condições de laboratório) e Trypoxylon sp. (em ninhos armadilha). Os resultados incluídos na presente tese abrangem 68 das 118 espécies atualmente válidas de Traumatomutilla tendo sido revisados 128 das mais de 180 espécies anteriormente reconhecidas para o gênero, com a adição de três espécies anteriormente em status de incertae sedis, Mutilla tenuis (Smith), Mutilla polita (Smith) e Mutilla impetuosa (Smith).