Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2012 |
Autor(a) principal: |
Lima, Carlos Eduardo Batista de |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5131/tde-10072012-163905/
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Resumo: |
Introdução: a fibrilação atrial (FA) é a arritmia mais frequente na prática clínica estando associada à elevada taxa de morbidade e mortalidade. O risco de acidente vascular cerebral (AVC) apresenta-se aumentado em pacientes com FA e há evidência de aumento progressivo do risco com o avançar da idade. A detecção precoce da FA pode permitir a antecipação terapêutica e consequente redução de morbimortalidade. Vários recursos diagnósticos têm sidos utilizados com essa finalidade incluindo o marca-passo cardíaco definitivo (MPD) que permite armazenar registros de elevada frequência no canal atrial. Sistemas atuais de monitoramento remoto contínuo (MRC) do portador de MPD permitem a identificação e o envio diário à distância destes eventos armazenados pelo dispositivo. Objetivo: definir o papel do MRC na detecção e no manejo da FA em idosos portadores de MPD. Método: foi um estudo prospectivo e randomizado com seleção consecutiva de 300 idosos (60 anos ou mais) entre março/2007 e janeiro/2010, em ritmo sinusal e com indicação para implante ou troca de MPD. Os pacientes (P) foram randomizados para grupo de intervenção (GI) em monitoramento remoto contínuo (n=150) e grupo controle (GC) em seguimento convencional (n=150) com consultas agendadas para 30, 90, 180 dias e posteriormente a cada seis meses até dois anos de seguimento. No GI foram realizadas consultas extras motivadas por alertas automáticos de FA com duração mínima de 2,5 horas enviados pelo sistema de MRC. Resultados: o tempo de seguimento médio foi de 435 dias. Não houve diferença entre os grupos (GI x GC) em relação à idade (75,5 x 74,3 anos, p=0,44), sexo (feminino 54,7% x 57,4%, p=0,46), indicação do MPD (BAV 89,7% x 88,7%; p=0,84) e eventos clínicos (incidência de FA 25,3% x 19,3%, p=0,42; AVC 1,4% x 0%, p=0,44 e óbitos 8,6% x 5,3%, p=0,16). Houve mais documentação eletrocardiográfica da FA no GI (10%) em comparação ao GC (4%), p=0,027 e o MPD detectou corretamente a FA em 95,2% desses casos. O tempo para a primeira recorrência da FA foi de 79 x 128 dias; p=0,005. O número de dias em FA foi menor no GI (16 dias; IConf 95%: 8,89 a 23,18) em relação ao GC (51,9 dias; IConf 95%: 21,89 a 81,93), p=0,028. Baseados no escore CHADS2 houve mais pacientes com indicação para terapia antitrombótica no GI (p=0,008). Foram realizadas 55 consultas extras motivadas pelo sistema de MRC com necessidade de mudança terapêutica em 81% dos casos (36% antitrombóticos, 20% antiarrítmicos, 13% reprogramação MPD e 12% cardioversão). Conclusões: o MRC proporcionou menor tempo para a detecção da FA reduzindo o número de dias em arritmia devido à antecipação da terapêutica. Houve mais pacientes com documentação eletrocardiográfica da FA e submetidos à terapia antitrombótica no GI. Os alertas automáticos do sistema de MRC apresentaram importância clínica na maioria das consultas extras havendo necessidade de modificações na terapia antiarrítmica e antitrombótica, assim como na reprogramação do MPD. Os resultados deste estudo destacam o MRC como ferramenta auxiliar no manejo da FA em idosos portadores de MPD |