Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2001 |
Autor(a) principal: |
Greco, Rosangela Maria |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6134/tde-31032020-123514/
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Resumo: |
Objetivo. Uma vez que o processo saúde-doença é determinado socialmente, ou seja, de que formas de trabalhar e de viver geram potenciais de beneficios e de riscos que se expressam no coletivo e nos indivíduos, realizou-se este estudo com o objetivo de descrever e analisar as condições de trabalho dos trabalhadores de enfermagem de Unidades Básicas de Saúde de Juiz de Fora. Para tal, identificaram-se as condições favoráveis e desfavoráveis do trabalho e sua repercussão na vida e no processo saúde-doença desses trabalhadores. Método. A pesquisa, de caráter exploratório, foi realizada por meio de um formulário com questões fechadas e do mapeamento de riscos, através de enquetes coletivas com os trabalhadores, em que foram descritas as condições favoráveis, desfavoráveis e propostas de solução para as situações/problemas levantadas, tendo-se elaborado em seguida a classificação das cargas de trabalho. Resultados. Os trabalhadores das Unidades Básicas estudadas são, em sua maioria, mulheres, casadas, com 2 ou mais filhos, com uma jornada de trabalho de 8 horas que consideram insuficiente para a realização das tarefas. Existe uma diferença salarial entre auxiliares e enfermeiros a qual corresponde, na maioria das vezes, ao dobro, ocorrendo o mesmo em relação à renda familiar e \"per capita\". Possuem casa própria, com mais de cinco cômodos, moram em Juiz de Fora há mais de 4 anos dividindo a moradia com cerca de 4 a 6 pessoas. Em relação ao lazer, recorrem à televisão, lêem, fazem passeios/viagens e freqüentam cinema e teatro. Não participam de grupos ou associações. Consideram o trabalho perigoso e insalubre, já sofreram acidentes com material perfuro-cortante, e apresentam problemas de saúde como hipertensão, referindo-se à presença de cargas físicas, químicas, biológicas, fisiológicas, mecânicas e psíquicas, com predominância das últimas. Como condição favorável, ou geradora de benefício no trabalho, citaram a existência de estrutura física adequada e bela, de aspecto agradável, a existência de equipamentos, materiais e mobiliários necessários e a funcionalidade da Unidade. Conclusões. A análise mostra que as cargas e as condições desfavoráveis, contrapondo-se às favoráveis, se repetem na maioria das vezes, por exemplo, na inadequação da planta física, na falta de manutenção de equipamentos e instrumentos, na falta de mobiliário adequado, na falta de recursos humanos, no desvio de função, na falta de materiais e medicamentos. A relação com o usuário é, as vezes, conflituosa, o que é expresso através de queixas como tumulto, aglomeração, ruído, insatisfação do usuário pela demora no atendimento, ou pela falta de atendimento, ansiedade e estresse, na recepção das UBSs. Gerando propostas como salas de espera separadas por área de atendimento, externas ao posto, distribuição de senhas, maior orientação e informação aos usuários. Apesar das condições desfavoráveis estarem mais presentes do que as favoráveis. Pode-se dizer que os trabalhadores de enfermagem das Unidades Básicas de Saúde de Juiz de Fora estão sujeitos a condições de trabalho que tanto os expõem a cargas, que ao longo do tempo podem levar a um desgaste das capacidades vitais destes trabalhadores, como estão sujeitos a condições benéficas que podem potencializar essas capacidades. |