Realização de retratamentos endodônticos no Sistema Único de Saúde (SUS): uma avaliação espaço-temporal entre 2008 e 2022

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Litaiff, Guibson da Silva
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/58/58135/tde-06112024-121552/
Resumo: O Sistema Único de Saúde (SUS) do Brasil oferece serviços de saúde bucal em todos os níveis de atenção. Entre as possibilidades, a assistência odontológica no SUS prevê a disponibilidade de terapias endodônticas. A oferta de tratamentos endodônticos radicais (pulpectomias) tem sido avaliada nos últimos anos, mas os retratamentos não foram amplamente explorados. Portanto, o objetivo desse estudo foi avaliar, de modo espaço-temporal, a realização de retratamentos endodônticos em serviços odontológicos ambulatoriais no SUS entre 2008 e 2022. Foi construída uma série temporal com a incidência anual (a cada 100.000 residentes) de retratamentos endodônticos em dentes unirradiculares, birradiculares e multirradiculares em cada macrorregião do Brasil nos últimos 15 anos. Além disso, obteve-se a razão entre tratamentos e retratamentos endodônticos para cada tipo de dente. Foi realizada uma análise descritiva e estimou-se a tendência temporal para o período, além de comparar as incidências e verificar o impacto da pandemia da COVID-19. O nível de significância adotado foi de 5%. Observou-se que 1.270.182 retratamentos endodônticos foram realizados no SUS nos últimos 15 anos. A incidência anual na macrorregião Norte foi 127% maior (IC95% = 43%, 270%, p-valor = 0,001) em comparação com a estimativa nacional, enquanto as demais macrorregiões não diferiram significativamente. Além disso, observou-se que a incidência anual de retratamentos endodônticos em dentes birradiculares foi 45% menor (IC95% = 12%, 65%, p-valor = 0,012) e em multirradiculares foi 66% menor (IC95% = 46%, 79%, p-valor <0,001) em comparação aos unirradiculares. A tendência temporal da incidência anual de retratamentos endodônticos foi considerada decrescente em todas as macrorregiões e tipos de dentes (todos os p-valores <0,05), enquanto as razões entre tratamentos e retratamentos foram consideradas crescentes em todos os tipos de dentes, com maior valor entre os multirradiculares (todos os p-valores <0,05). Por fim, observou-se que houve uma redução na incidência mensal de retratamentos endodônticos ao comparar um período pré-pandemia com o primeiro ano da pandemia da COVID-19 em todas as macrorregiões do Brasil (todos os p-valores <0,05). Foi possível concluir que a realização de retratamentos endodônticos no SUS declinou nos últimos 15 anos e foi significativamente afetada pelo contexto pandêmico, independente da macrorregião ou do tipo de dente avaliado.