Desempenho de dois materiais obturadores iodoformados para pulpectomia de dentes decíduos: um ensaio clínico randomizado com dois anos de acompanhamento

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Bresolin, Carmela Rampazzo
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/23/23132/tde-27112017-114243/
Resumo: Introdução: A obturação de dentes decíduos deve ser realizada com pastas obturadoras que mantenham o dente em condições compatíveis com saúde até o período de exfoliação. Diversos são os materiais utilizados para este propósito; entretanto, as pastas iodoformadas têm estado em evidencia. A pasta Guedes Pinto é um dos materiais mais utilizados no tratamento endodôntico de dentes decíduos no Brasil. No entanto, ensaios clínicos randomizados (ECR) bem delineados não foram realizados para testar o desempenho clínico deste material. Objetivo: Este ECR de não-inferioridade triplo-cego objetivou avaliar o desempenho de dois materiais obturadores para pulpectomia em dentes decíduos durante dois anos: Pasta Guedes e Pasta Vitapex®, além de fatores relacionados com o sucesso dos tratamentos. Material e métodos: Foram incluídos dentes decíduos com necessidade de tratamento endodôntico em crianças que procuraram atendimento na Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo. Os tratamentos foram realizados por uma única operadora treinada para os procedimentos, com instrumentação manual e seguindo um protocolo operatório padrão. Após o término do preparo químico mecânico os dentes eram randomizados para um dos dois grupos. A lista de randomização foi gerada em blocos de tamanhos desiguais e estratificada por dentes anteriores e posteriores. Como os dois materiais foram inseridos em seringas idênticas sem identificação relacionada ao grupo que pertenciam, apresentavam cor e radiopacidade semelhantes, o operador, as crianças que receberam o tratamento e o avaliador nos tempos de acompanhamento eram cegos em relação ao tratamento recebido. As crianças foram acompanhadas após 3, 6, 12, 18 e 24 meses com exames clínicos e radiográficos. O desfecho primário foi o sucesso do tratamento na avaliação clínica e radiográfica. Os sucessos de tratamento foram avaliados por análise de sobrevida de Kaplan-Meyer e regressão de Cox ajustada pelo efeito de conglomerado (p <0,05), tendo sido calculados os valores de Hazard Ratio (HR) e respectivos intervalos de confiança a 95% (IC95%). Resultados: Foram tratados 104 dentes de 61 crianças (3-7 anos de idade) e acompanhados por 24 meses (taxa de resposta de 98%). A taxa de sucesso da pasta Vitapex® foi de 78,4% e da pasta Guedes foi de 86,7%. Portanto, a Pasta Guedes não foi significativamente pior do que a pasta obturadora controle (HR=0,57; IC95%=0,20 a 1,60). Dentre as variáveis avaliadas, apenas o diagnóstico inicial apresentou associação significativa com os insucessos, sendo que dentes necrosados falharam mais que dentes vitais (HR=4,95; 95%IC=1,16 a 21,00). Conclusões: A pasta Guedes-Pinto tem desempenho similar à pasta Vitapex®, sendo que ambas apresentam taxa de sucesso satisfatório. Dentes necrosados apresentam um pior prognóstico do que dentes vitais.