Investigação do impacto do inflamassoma de NLRP3 na resposta imune contra Leishmania infantum em modelo murino de leishmaniose visceral

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Oliveira, Isadora Mafra de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17136/tde-17012025-114155/
Resumo: A leishmaniose visceral (LV) é causada principalmente pela L. infantum e L. donovani, espécies do gênero Leishmania. De acordo com a Drugs for Neglected Diseases initiative (DNDi) a LV foi responsável por 5.710 mortes em 2019. Uma melhor compreensão da doença e dos mecanismos de resistência do hospedeiro é fundamental para o desenvolvimento de medicamentos imunomoduladores e vacinas para esta doença. O inflamassoma é um complexo proteico que responde a estímulos de DAMPS (do inglês, damage- associated molecular patterns) e PAMPs (do inglês, pathogen associated molecular patterns) levando a ativação e liberação das citocinas pro-inflamatórias IL-1β e IL-18 e a morte celular inflamatória, chamada piroptose. Um dos receptores mais estudados envolvidos no inflamassoma é o NLRP3. Já foi descrito o papel do inflamassoma de NLRP3 na resposta a infecção por espécies que causam Leishmaniose tegumentar, como por exemplo a L. amazonensis, mas pouco se sabe sobre o seu papel na LV. Utilizando um modelo de infecção intraperitoneal por L. infantum NCL, demonstramos que o inflamassoma NLRP3 é ativado no fígado de camundongos infectados e contribui para a resistência do hospedeiro. Através de ensaios de diluição limitante, mostramos que camundongos Nlrp3-/- e Casp-1-/- apresentam cargas parasitárias mais altas no fígado dos animais infectados quando comparados com camundongos controle. Mostramos por analises de histologia e por microscopia intravital que que camundongos Nlrp3-/- possuem uma deficiência na organização de focos de células imunes no fígado em resposta a infecção por L. infantum, apresentando focos inflamatórios menores e frouxos quando comparados aos animais controle. Uma vez ativado, o inflamassoma composto por NLRP3 promove a clivagem e ativação das citocinas pro-inflamatórias IL-1β e IL-18. Nossos dados sugerem que IL-18, mas não IL-1β e IL-1R, é responsável, pelo menos em parte, pela organização dos focos inflamatórios eficiente nos animais que expressam NLRP3, uma vez que animais Il18-/- infectados apresentaram focos inflamatórios pequenos e frouxos semelhantes aos observados nos animais Nlrp3-/-. Através de microscopia intravital e utilizando animais deficientes para diferentes células do sistema imune, demostramos que as células B, macrófagos, monócitos e neutrófilos são as principais células presentes nos focos inflamatórios induzidos pela L. infantum. Por fim, mostramos que animais Nlrp3-/- apresentam menor número de células B totais e de células B nos focos inflamatórios no fígado dos animais infectados quando comparados aos do animal controle. Resultados similares foram observados para neutrófilos. Adicionalmente, os animais Nlrp3-/- apresentaram células de Kupffer menores quando comparadas as células dos animais C57BL/6, indicando que essas células não são eficientemente ativadas. Em conjunto, este trabalho revela o inflamassoma NLRP3 como um componente crítico para a resistência a infecção por L. infantum.