Papel de NLRP3 no controle da autofagia durante a infecção pelo Trypanosoma cruzi

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Matteucci, Kely Catarine
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/42/42133/tde-30042019-093010/
Resumo: Autofagia e ativação dos inflamassomas são dois processos celulares autônomos, que podem interagir entre si. Estes processos participam ativamente do controle de infecções ocasionadas por diversos patógenos intracelulares. Anteriormente, descrevemos o inflamassoma NLRP3 no controle do T. cruzi, agente causador da Doença de Chagas. Entretanto, o papel da autofagia nesse controle não era conhecido. Neste trabalho, foi demonstrado que o T. cruzi induz aumento da expressão de LC3-II, formação de autofagossomas e autolisossomos em macrófagos peritoneais (MPs) de camundongos C57BL/6 selvagens. Ainda, a manipulação farmacológica da autofagia interferiu com a capacidade dos MPs em controlar a infecção pelo T. cruzi, apontando esse processo como um mecanismo efetor envolvido no controle do protozoário por macrófagos. Nesse contexto, NLRP3 parece funcionar como um modulador do processo autofágico. Na ausência de NLRP3, a manipulação farmacológica da autofagia não interferiu no controle do T. cruzi por MPs. Isso se correlacionou ao fato do fluxo autofágico se encontrar interrompido em MPs de camundongos deficientes para NLRP3 em resposta à infecção, mas não em resposta à rapamicina e starvation. A razão do bloqueio no fluxo autofágico parece ser a incapacidade de MPs deficientes em NLRP3 em formar autolisossomos, fato visualizado em microscopia confocal e eletrônica. Interessante, NLRP3 parece agir independente de caspase-1/11 na regulação da autofagia. Por outro lado, a análise da expressão de genes autofágicos por PCR-array revelou que MPs de animais deficientes em NLRP3 apresentam alta expressão basal de genes relacionados com a formação e maturação de autofagossomas e autolisossomas. Em contrapartida, a infecção pelo T. cruzi inibe a expressão desses genes na ausência de NLRP3, ao contrário da indução observada em MPs selvagens. Juntos, esses dados mostram que NLRP3 induz autofagia funcional em resposta ao T. cruzi, sendo sua presença fundamental para impedir o escape do parasita pela inibição de genes autofágicos.