Predicação na língua Wayoro (Tupi): propriedades de finitude

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Nogueira, Antônia Fernanda de Souza
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8139/tde-14082019-101006/
Resumo: Geralmente, as propriedades das orações principais-declarativas-afirmativas-ativas são tomadas como protótipo de orações verbais finitas, ou seja, o modelo a partir do qual orações não-finitas se diferenciarão (GIVÓN, 2016, p. 272). A literatura prevê que tal diferenciação ocorra nos seguintes ambientes sintáticos: orações subordinadas (CRISTOFARO, 2005) e nominalizações, configurando-se este último como fenômeno claramente predominante nas línguas sul-americanas (GIJN; HAUDE; MUYSKEN, 2011a). Esta tese tem como foco as propriedades da finitude nesses três ambientes sintáticos: sentença matriz, oração subordinada e nominalização. Em várias línguas há um morfema que cria nomes a partir de verbos intransitivos e transitivos indicando semanticamente o lugar onde X acontece ou um instrumento para X(COMRIE; THOMPSON, 2007). Na língua Wayoro (subfamília Tupari, Tupi), este morfema é -p~-m nominalizador. Contudo, notamos construções com um morfema homófono que aparecem como complementos de verbos e que permitem propriedades oracionais. Seriam esses complementos melhor analisados como nominalizações ou como orações subordinadas? As propriedades das sentenças matrizes (marcas morfossintáticas de finitude) identificadas marcas de pessoa, morfemas de alteração de valência, marcas de tempo e aspecto, tipos sentenciais, modalidade e polaridade serviram à comparação entre as orações subordinadas e as nominalizações. Com base nas propriedades de finitude, analisamos como nominalização a construção que se comporta sintaticamente como sintagma nominal, sem qualquer marca de finitude. Como oração subordinada (infinitiva), analisamos a construção com -p~-m que funciona como objeto de um verbo e que permite marcas de aspecto e expressão de sujeito pronominal cliticizado ou não pronominal. Dessa forma, as marcas de finitude nos permitem: (i) distinguir, por um lado, nominalização de oração subordinada e, por outro lado, orações matrizes de orações subordinadas, uma vez que sentenças matrizes apresentam concordância e indicação de tempo, o que não ocorre nas orações subordinadas infinitivas; (ii) distinguir predicados verbais (sentenças matrizes e orações subordinadas) de predicados não verbais, visto que a cópula e os verbos existenciais não ocorrem com afixos de tempo/aspecto e marcas de pessoa.