Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Vidal Neto, José Bento Cardoso |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8139/tde-12082021-203927/
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Resumo: |
A presente tese teve como objetivo central compreender como se organizou, no Brasil, a reflexão sobre o Português nas quatro primeiras décadas do século XX. Estudar o papel desempenhado pelos diferentes gêneros textuais e pelas diferentes práticas de tratamento da língua na formação do pensamento linguístico brasileiro. Identificamos que tais reflexões foram desenvolvidas no interior de três programas de investigação (Swiggers, 1981, 1987, 2004): o gramatical, o filológico e o dialetológico. Nossa hipótese, ao propor a investigação que ensejou a presente tese, era a de que o aumento de publicações, dentro dos programas filológico e dialetológico, alterou o cenário gramaticográfico brasileiro, acarretando a perda da centralidade que a gramática tinha até o século XIX. Para investigar a validade dessa hipótese, realizamos, inicialmente, um levantamento bibliográfico de pretensão exaustiva de todas as publicações brasileiras sobre o Português entre 1900-1940. Chegamos ao número total de 581 obras, sendo 400 gramaticais, 89 filológicas e 92 dialetológicas. Metodologicamente, para melhor compreendermos as relações do programa gramatical frente aos outros dois, utilizamo-nos das camadas do conhecimento linguístico (Swiggers, 2004). Quanto ao programa gramatical, nossas análises mostraram que ele, no início do século XX, se manteve bastante ativo e profícuo em duas frentes: (i) obras escolares (em suas três configurações, gramáticas completas, obras com temas gramaticais específicos e livros didáticos de Português), processo que classificamos como didatização da gramática brasileira e (ii) obras que discutem questões em torno da norma culta, principalmente mostrando \"o que se deve dizer\" e \"o que deve ser evitado\" no uso da língua. Um dado da camada contextual que nos ajudou a explicar o aumento das produções gramaticais escolares foi a estruturação e ampliação do Secundário, o que gerou grande demanda por materiais específicos, promovendo, assim, maior especialização na produção destinada a esse nível de ensino. Quanto aos programas filológico e dialetológico, nosso levantamento e as análises que pudemos fazer a partir das obras mostraram que o tipo de discussão que se fazia nas gramáticas do século XIX, notadamente as sob orientação da Linguística Histórico-Comparativista, passaram a ser feitas, no século XX, em obras monográficas, recebendo, nesses espaços, maior desenvolvimento e aprofundamento, o que demonstra que esses dois programas também sofreram maior especialização no início dos novecentos. |