Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2017 |
Autor(a) principal: |
Santos, Yasmin Livia Queiroz |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/59/59137/tde-06112017-083255/
|
Resumo: |
Esta tese teve por objeto de estudo o trabalho de profissionais do serviço público de saúde mental. O objetivo principal foi investigar a relação entre o trabalho e saúde dos profissionais de um serviço público de saúde mental do interior do estado de Minas Gerais. Os objetivos específicos se caracterizaram por identificar como o processo de trabalho desses profissionais estava organizado; investigar o quanto os profissionais tinham conhecimento sobre a Reforma Psiquiátrica; identificar se no discurso dos profissionais existia a relação entre adoecimento-trabalho e se eles atribuíam os possíveis problemas de saúde às condições de trabalho; e, por fim, identificar quais eram as estratégias utilizadas para enfrentamento dos problemas do cotidiano de trabalho. A pesquisa de cunho qualitativo foi fundamentada no referencial teórico - metodológico do materialismo histórico - dialético e fez uso de entrevistas gravadas como principal técnica de coleta de dados. Foram realizadas dez entrevistas com profissionais que atuavam há pelo menos doze meses no Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) estudado. Os resultados mostraram que no interior da organização do próprio serviço existe uma fragilidade nos vínculos e falta de integração interna na equipe de trabalho. Esta falta de integração é observada entre trabalhadores de uma mesma categoria profissional e também entre as categorias diferentes, embora exista o discurso do trabalho em equipe, as condições concretas de trabalho não permitem que isso ocorra efetivamente. Observou-se ainda problemas de ordem de gestão e de recursos materiais e humanos necessários para o bom funcionamento do serviço que geram preocupação e sofrimento aos profissionais diante da impossibilidade de um atendimento adequado aos usuários. Um outro componente que também colabora com a precarização do trabalho destes profissionais é o trabalho terceirizados. 80% dos entrevistados trabalhavam na condição de terceirizados. A situação encontrada no CAPS mostrou como a saúde no Brasil está a cada dia mais sendo sucateada e o setor de saúde mental, sendo um setor marginalizado dentro da saúde sofre ainda mais intensamente. O sentimento de descartabilidade gerada pelas demissões e (re)contratações por outra empresa terceirizada acabou gerando sofrimentos e adoecimento psicossomáticos em toda a equipe de trabalho (mesmo naqueles que tinha um trabalho assegurado pelo concurso público), diante do desmonte de um serviço que contava com uma equipe de trabalho estruturada. Desconsiderar as condições de trabalho e de saúde dos profissionais da saúde, mais especificamente dos profissionais da saúde mental é desconsiderar o próprio serviço a ser oferecido à população, visto que neste contexto trabalhadores e usuários saem prejudicados. |