Resumo: |
Diante do impacto da distribuição do tempo de trabalho da profissional enfermeira na determinação de parâmetros adequados para a operacionalização do processo de dimensionar pessoal de enfermagem, este estudo teve por objetivo identificar e analisar a distribuição do tempo de trabalho das enfermeiras em uma unidade de internação médico-cirúrgica. Trata-se de uma pesquisa de campo, prospectiva, de abordagem quantitativa, do tipo exploratório-descritiva, realizada em um Hospital geral, privado, de grande porte da cidade de São Paulo. Para a consecução dos objetivos da pesquisa considerou-se, como população estatística, as atividades de enfermagem realizadas pelas enfermeiras durante os turnos de trabalho. O tamanho da amostra e o período amostral foram estabelecidos a partir da determinação de critérios relacionados à probabilidade mínima de ocorrência das atividades realizadas pelas enfermeiras, bem como do número de enfermeiras por turno e do intervalo estipulado para a realização das observações das atividades executadas pelas enfermeiras. A identificação das atividades de enfermagem realizadas pelas enfermeiras ocorreu mediante solicitação de que cada enfermeira relacionasse, por escrito, as atividades executadas no cotidiano de trabalho da Unidade, que foram, posteriormente, categorizadas de acordo com um sistema padronizado de linguagem (NIC) e classificadas em intervenções de cuidado direto, intervenções de cuidado indireto, atividades associadas e de tempo pessoal. Os dados foram coletados no período de 15 a 19 de outubro de 2007, por quatro observadoras de campo, contratadas e treinadas especificamente, para a realização deste procedimento. Obteve-se 1032 amostras das atividades realizadas pelas enfermeiras, verificando-se que as intervenções e atividades de enfermagem que mais utilizaram o tempo de trabalho das enfermeiras foram Documentação (18,4%), Tempo Pessoal (17,8%), Supervisão (11,4%), Atividades Associadas (9,7%), Delegação (9,3%), Passagem do Plantão (4,8%), Apoio ao Médico (3,9%) e Cuidados na Admissão (3,1%). Observou-se que 50% do tempo das enfermeiras foram dedicados às intervenções de cuidado indireto, 22% às intervenções de cuidado direto de enfermagem, 18% às atividades de tempo pessoal e 10% às atividades associadas. Estes dados corroboram a indicação de pesquisadores que apontam a necessidade de serem considerados o tempo pessoal dos trabalhadores de enfermagem e a realização das atividades associadas nos métodos de dimensionamento de pessoal preconizados pelos órgãos oficiais. Com este estudo evidenciam-se perspectivas para a realização de novas investigações no sentido de contribuir para o aperfeiçoamento dos parâmetros relacionados à temática dimensionamento de pessoal de enfermagem em instituições hospitalares |
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