Adaptação do Inventário de Problemas de Fertilidade para homens e mulheres inférteis

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2007
Autor(a) principal: Ribeiro, Andreza Cristiana
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/59/59137/tde-13072007-133824/
Resumo: O período entre a investigação da causa da infertilidade até o procedimento de fertilização assistida (FA) tem sido caracterizado como responsável por um estresse crônico. Também, a infertilidade altera o relacionamento conjugal e causa transformações sociais e sexuais,podendo o casal apresentar depressão e ansiedade. Para avaliar o casal infértil, foi desenvolvido o Fertility Problem Inventory (FPI), que mensura aspectos relacionados a preocupações sociais, sexuais, com relacionamentos, rejeição à vida sem filhos e necessidade de ter um filho. No Brasil, não foi encontrado nenhum instrumento que avaliasse casais inférteis. O objetivo deste estudo foi adaptar para a língua portuguesa o FPI. Para a adaptação, solicitou-se que quatro juízes analisassem a tradução e realizou-se um consenso quanto aos melhores termos a serem utilizados em língua portuguesa. Foi realizada a retroversão por tradutor profissional, verificando-se que o FPI não sofreu alterações na tradução. Para a análise semântica, participaram 30 casais anteriormente submetidos a procedimentos de FA com sucesso. Era solicitado que cada participante indicasse dificuldades na compreensão do inventário e 73,3% das mulheres e 66,7% dos homens afirmaram que gostariam de mudar alguma questão, sendo que 55% mudariam a classificação de respostas e 58,3% retirariam a negativa de uma questão. A partir de então, o FPI passou a ser denominado Inventário de Problemas de Fertilidade (IPF). Para a verificação da validade do IPF, participaram 122 homens e 197 mulheres que estavam no primeiro dia de FA. Estes respondiam ao IPF, Inventário de Ansiedade Traço-Estado, Inventário de Depressão de Beck e Escala Modos de Enfrentamento de Problemas. Na análise fatorial foram obtidos quatro fatores referentes a relacionamentos sociais (fator 1), conjugal e sexual (fator 2), vida sem filhos (fator 3) e maternidade/paternidade (fator 4). Obteve-se também fatores de segunda ordem que agrupavam os fatores relatados acima. Na validade de critério, o fator 1 correlacionou-se positivamente com o Idate-Estado e Traço, BDI, enfrentamento focalizado na emoção e religiosidade/ pensamento fantasioso. O fator 3 correlacionou-se positivamente com o Idate Estado e Traço, BDI e enfrentamento focalizado na emoção. O fator 4 correlacionou-se positivamente com o Idate-Traço e religiosidade/pensamento fantasioso. Para a avaliação da estabilidade do IPF, participaram 30 homens e 30 mulheres. O IPF foi respondido na primeira consulta médica e reaplicado 30 dias depois. O índice de correlação de Pearson variou de 0,86 a 0,78 nos quatro escores fatoriais. Com relação à consistência interna, o coeficiente Lambda variou entre 0,72 e 0,87. Observou-se que o Idate-Estado, Idate-Traço, enfrentamento focalizado na emoção e religiosidade/pensamento fantasioso foram as variáveis mais associadas com os escores fatoriais do IPF, sendo que estes dados foram confirmados na regressão linear, na correlação canônica e no modelo de interações proposto. Constata-se, portanto, que o IPF tornou-se um instrumento independente do original e apresentou qualidades psicométricas adequadas para a aplicação na população de casais inférteis de Ribeirão Preto e região. Assim, o IPF pode se tornar um meio de avaliação objetivo dos casais inférteis, tanto em triagens quanto em futuras pesquisas com esta população.