Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Araújo, Bruno Aparecido Dantas de |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/89/89131/tde-02102019-162057/
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Resumo: |
Introdução: O câncer de mama (CM) correspondeu a 29,5% das neoplasias femininas em 2018, sendo que fatores relacionados ao estilo de vida, tais como alimentação podem explicar até 35% dessa neoplasia. Embora multicausal, é provável que desequilíbrio entre a ingestão de ácidos graxos ômega-3 e ômega-6 promova aumento na inflamação e estresse oxidativo nas diferentes etapas do processo de carcinogênese. Objetivo: Avaliar o impacto do estadiamento tumoral clínico na associação dos ácidos graxos ômega 3 biodisponíveis no plasma e nas membranas eritrocitárias com o estresse oxidativo e a inflamação em mulheres com câncer de mama. Material e métodos: Estudo caso-controle, observacional e analítico, com 87 mulheres com CM e 100 mulheres controles selecionadas do Hospital Geral de Fortaleza (HGF) no período de 2011/12. As pacientes Caso foram distribuídas, segundo estadiamento clínico (0-IIIc): <EC = estadiamento 0-II e >EC = estadiamento IIa-IIIc. De ambos os grupos, foram obtidos dados demográficos e clínicos, avaliação antropométrica e composição corporal. Os marcadores de inflamação foram compostos pelas citocinas IL-1β, IL-6, IL-10, TNF-α e MCP-1. Ao nível plasmático avaliou-se adipocinas (leptina e adiponectina), marcadores de estresse oxidativo (TBARS, LDL (-) e 8-OHdG), assim como o conteúdo de ácidos graxos no plasma e nas membranas dos eritrócitos por cromatografia a gás. Realizou-se teste de qui-quadrado, t-student, correlação de Pearson, Mann-Whitney e regressão linear e logística e adotou-se p<0,05 para todos os testes. Resultados: Não houve diferença entre a idade nos grupos Caso e Controle, nem nos parâmetros antropométricos, com exceção da circunferência da cintura que foi maior no grupo Caso (96,2 cm versus 91,2 cm). O tempo de tabagismo nos Casos foi maior que nos Controles (20,4 anos versus 13,5 anos). Nas mulheres com CM houve predominância do subtipo tumoral ductal (79,3%) e não houve diferenças entre receptores de estrógeno, progesterona, marcador HER2 e de proliferação celular Ki67, segundo estadiamento clínico. Os Casos apresentaram maiores valores de TBARS (6,0 versus 4,7 µmol) e anticorpos anti-LDL (-) (4,6 versus 2,5 U/L) e de citocinas inflamatórias MCP-1 (357,8 versus 295,8 ng/mL) e IL-1β (2,8 versus 1,3 ng/mL). Os controles apresentaram maior concentração de IL-6 (0,9 versus 1,6 ng/mL) e IL-10 (2,8 versus 5,5 ng/mL), porém as razões entre citocinas (MCP-1, IL-1β, TNF-α, IL-6 com a IL10) dos Casos apresentaram valores maiores que os Controles. Não houve diferença entre concentrações de citocinas nos grupos segundo estadiamento. O Grupo >EC apresentou maior razão n-6/n-3 e menor concentração de DHA e maior razão linoleico/DHA incorporado nas membranas eritrocitárias. O anticorpo anti-LDL (-) se associou negativamente com tamanho tumoral, enquanto a IL-10 positivamente. Elevado conteúdo de DHA (>= 4,3%) se associou com altas concentrações de IL-10, enquanto que o EPA, DHA e a soma desses se associaram com baixa concentração de citocinas inflamatórias. Os ácidos linoleico e araquidônico apresentaram associação com altas concentrações de marcadores inflamatórios plasmáticos. Conclusão: Mulheres com diagnóstico de CM apresentaram concentrações superiores de biomarcadores inflamatórios e de estresse oxidativo quando comparadas às mulheres saudáveis. Pacientes com maior estadiamento clínico apresentaram menores concentrações de ômega-3 e maiores de ômega-6. De modo contrário, esses ácidos graxos poli-insaturados modularam parâmetros inflamatórios e oxidativos. |