Desempenho da triagem rápida realizada por enfermeiros na porta de emergência e sinais e sintomas associados à classificação de pacientes graves

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Moura, Bruna Roberta Siqueira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/7/7139/tde-08052019-171532/
Resumo: Introdução: A classificação de risco tem importância comprovada na organização dos serviços de emergência, mas algumas questões acerca de sua utilização ainda são apontadas. É comum pacientes chegarem ao serviço de emergência em situações críticas de ameaça à vida e necessitarem de avaliação profissional rápida (neste estudo denominada triagem rápida) ainda na porta de emergência do hospital. Assim, pode-se detectar com rapidez a gravidade do caso, bem como realizar o encaminhamento imediato para o atendimento médico. Objetivo: Analisar aspectos da triagem rápida realizada pelos enfermeiros na identificação de pacientes graves na porta de emergência, provenientes de demanda espontânea. Método: Estudo transversal, prospectivo, desenvolvido no Hospital Universitário da Universidade de São Paulo, entre maio e novembro de 2017. Foi realizada observação direta da triagem rápida. O grau de prioridade estabelecido pelo enfermeiro triador foi categorizado como alta prioridade (pacientes graves direcionados imediatamente à sala de emergência) e baixa prioridade (pacientes não graves encaminhados ao fluxo habitual de classificação de risco). Simultaneamente, os pacientes foram avaliados pela pesquisadora com aplicação do Sistema Manchester de Classificação de Risco (SMCR), dicotomizado em alta prioridade (vermelhos e laranjas) e baixa prioridade (amarelos, verdes e azuis). Sensibilidade, especificidade, acurácia, valores preditivos positivo e negativo, e razão de verossimilhança positiva e negativa foram calculados para avaliar o desempenho dos índices na predição de diferentes variáveis. O teste Mann-Whitney e a regressão logística múltipla foram aplicados, com nível de significância de 5%. Resultados: No total, 173 pacientes (52,0% mulheres; idade média 60,4±21,2 anos) foram avaliados e triados por enfermeiras na emergência. Nove pacientes foram avaliados em duas ocasiões diferentes, caracterizando 182 atendimentos (avaliações). Destes, 56,0% permaneceram em observação no pronto-socorro, 11,0% foram internados em enfermaria, e 5,0% em unidade de terapia intensiva. A taxa de mortalidade foi de 13,2%. A triagem rápida foi mais inclusiva para alta prioridade (n=154; 84,6%) do que o SMCR (n=132; 72,5%). Os sinais e sintomas mais frequentes no grupo da alta prioridade pela triagem rápida foram alterações do nível de consciência (34,6%) e da pele relacionadas ao choque (25,3%). A triagem rápida apresentou melhor sensibilidade e pior especificidade do que o SMCR na análise de quase a totalidade das variáveis (exceto para internação em enfermaria). Ainda, a probabilidade de pacientes não graves serem admitidos na observação do pronto-socorro (variável considerada padrão-ouro no estudo) foi menor pela triagem rápida do que pelo SMCR. Houve diferença significativa (p<0,001) entre os grupos (alta e baixa prioridade atribuída pela triagem rápida) em relação ao número de procedimentos/recursos utilizados. Os fatores associados à classificação de pacientes de alta prioridade pela triagem rápida foram alterações na ventilação (OR de 6,09), disfunção neurológica (OR de 44,96) e presença de dor (OR de 5,80). Conclusão: A triagem rápida obteve melhor desempenho que o SMCR na predição de admissão dos pacientes na observação do pronto-socorro. Os enfermeiros devem valorizar as alterações neurológicas e de ventilação, além da dor dos pacientes durante a triagem rápida, uma vez que estes sinais e sintomas estão associados à gravidade e à alta prioridade de atendimento.