Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Lavezzo, Marcelo Mendes |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5149/tde-10092021-143101/
|
Resumo: |
OBJETIVO: Avaliar a evolução da inflamação ocular mediante análise multimodal e da função visual em pacientes com doença de Vogt-Koyanagi-Harada (DVKH), acompanhados desde a fase aguda e tratados com imunossupressão precoce associada à corticoterapia em altas doses, em um período de 24 meses de seguimento. MÉTODOS: Estudo prospectivo e longitudinal, incluindo pacientes com diagnóstico da DVKH desde a fase aguda, tratados com pulsoterapia de metilprednisolona seguida de prednisona 1mg/kg/dia com redução lenta, associada precocemente (em até 2 meses) à azatioprina. As avaliações sistemáticas consistiram em: exame clínico oftalmológico, retinografia, angiografias com fluoresceína sódica (AGF) e indocianina verde (ICGA), tomografia de coerência óptica (OCT) e com profundidade de imagem aprimorada (OCT EDI) e eletrorretinograma de campo total (ERGct). RESULTADOS: Foram incluídos 15 pacientes (14 mulheres), com idade mediana de 34 anos e tempo mediano de início do tratamento de 21 dias. No primeiro mês, 76,6% dos olhos apresentaram acuidade visual >= 20/40; houve redução da espessura de coroide (EC) subfoveal em 100% dos olhos e melhora do escore de dark dots (DD) em 80% dos olhos (comparando-se o mês 12 com o mês 1). Após os 6 meses de início da doença, foram observados sinais de inflamação clínica: 12 olhos (40%) com persistência/recorrência da celularidade de câmara anterior e cinco olhos (16,7%) com edema macular. Quanto aos sinais sugestivos de inflamação do segmento posterior, foram observados: flutuação no escore dos DD em 24 olhos (80%); aumento da EC em 13 olhos (43,3%); extravasamento perivascular em 17 olhos (56,7%) e dobras de coroide em seis olhos (20%). Os olhos foram agrupados de acordo com a presença ou não de redução >= 30% de qualquer um dos parâmetros da fase escotópica do ERGct entre os 12 e 24 meses de seguimento. Desse modo, 11 olhos (36,7%) foram classificados no grupo de piora e 19 olhos (63,3%) no grupo estável. Aos 24 meses, 23 olhos (76,7%) apresentavam ERGct subnormal em pelo menos um parâmetro. O grupo de piora apresentou uma maior média do escore de DD no mês 24 (p=0,047) e mais flutuações no escore de DD (90,9% dos olhos) (p=0,032). O grupo estável apresentou 52,6% dos olhos com flutuação da EC (p=0,002). A dose de prednisona <= 10 mg/dia foi atingida em 14 de 15 casos com uma mediana de 8,5 meses. Quanto às complicações, observaram-se, no período de 24 meses, catarata em nove olhos (30%), aumento da pressão intraocular em 16 olhos (53,3%), despigmentação do fundo em 21 olhos (70%), fibrose em 15 olhos (50%) e membrana neovascular sub-retiniana em cinco olhos (16,7%). CONCLUSÕES: O tratamento com imunossupressão precoce associado com corticoterapia em altas doses foi bem tolerado e efetivo, melhorando a acuidade visual >= 20/40 em 90% dos olhos e controlando a inflamação clínica em 60% dos olhos. Entretanto, não foi capaz de suprimir os sinais subclínicos, sendo que 36,7% dos olhos evoluíram com piora dos parâmetros escotópicos do ERGct. Estes resultados sugerem a necessidade de um tratamento individualizado em uma parcela pequena de pacientes com evolução mais grave. |