Açaí (Euterpe precatoria Mart.) da Amazônia central: efeitos do agroextrativismo nos meios de vida de seus protagonistas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Machado, Maria Elisa Russo Mafra
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11150/tde-09042021-145923/
Resumo: O uso de Produtos Florestais não Madeireiros (PFNM) como meio de se alcançar a conservação (utilização racional dos recursos naturais) é uma estratégia que tem sido amplamente desenvolvida. O açaí é um PFNM cujo consumo tem sofrido considerável aumento, tanto em nível nacional quanto mundial. O açaí tem forte valor cultural para comunidades que tradicionalmente fazem uso deste fruto, porém o aumento da demanda impacta em seu valor comercial, mostrando-se cada vez mais relevante como fonte de recurso financeiro. Apesar da ocorrência de trabalhos que abrangem os aspectos econômicos e ambientais do uso de PFNMs, existe uma carência de estudos que demonstrem a percepção dos protagonistas sobre as implicações da atividade em seus meios de vida. Além disso, não se encontram estudos que permitam analisar se uma estrutura social organizada (cooperativa, associação, etc.) pode beneficiar, ou não, os agroextrativistas produtores de açaí. Diante disso, esta pesquisa objetivou analisar os efeitos do agroextrativismo nos meios de vida de atores envolvidos nesta atividade em Codajás - Amazonas. Para isso partiu-se de uma abordagem holística denominada Meios de Vida Sustentáveis (MVS). Utilizando desta abordagem a metodologia contou com entrevistas semiestruturadas direcionadas a três atores protagonistas da cadeia de valor de açaí, que são eles as lideranças locais, comerciantes e agroextrativistas. Neste último, o roteiro de entrevista abordava cinco capitais ou dimensões dos meios de vida. Os resultados mostraram que as percepções perante a atividade fazem-se positivas e otimistas entre os atores. Alguns comerciantes, entretanto, sentem que o aumento na concorrência pode ocasionar em dificuldades para encontrar compradores. Com relação aos agroextrativistas, os associados obtiveram melhores notas no que refere-se ao capital financeiro, social e humano, contra o capital natural e físico que foram percebidos como melhores pelos não associados. Entre todos os agroextrativistas entrevistados não foi obtida percepção(nota) negativa para nenhum dos capitais, o que indica que a atividade proporciona benefícios para os meios de vida e tem potencial para a promoção do desenvolvimento sustentável.