Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
1993 |
Autor(a) principal: |
Neumann, Reiner |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/44/44135/tde-22062015-144506/
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Resumo: |
Reconhecem-se, na região de Ubatuba (leste do Estado de São Paulo), pelo menos seis corpos lenticulares de m-charnockito, em geral em contato transicional com um hornblenda-biotita granito. O corpo maior aflora em aproximadamente 250 km2, o segundo em 12 km2, e os outros quatro em menos de 3 km2. O charnockito apresenta-se como rocha de coloração verde escuro, leuco- a hololeucocrática, equigranular a porfirítica de matriz média-grossa, geralmente pouco ou não foliada. Mineralogicamente o charnockito compõe-se de ortoclásio micro- e mesopertítico, plagioclásio, por vezes antipertítico, quartzo, ferrohastingsita e ortoferrossilita, com zircão, apatita e opacos (magnetita e ilmenita) como minerais acessórios comuns. Biotita é frequente, a hedenbergita pode ocorrer. Allanita e titanita são acessórios raros. A paragênese primária provavelmente foi ortoferrosilita + ortoclásio mesopertítico + plagioclásio antipertítico + quartzo + acessórios \'+ ou -\' hedenbergita, e a ferrohastingsita e biotita são resultantes de transformações a partir dos piroxênios, assim como parte das lamelas de exsolução da mesopertita se agruparam e formaram grãos individualizados. A rocha classifica-se como m-charnockito, plotando-se as normas CIPW no diagrama QAP ao invés das modas. O hornblenda-biotita granito que em geral faz contato com o charnockito tem mineralogia similar, mas sem piroxênios. Apresenta-se geralmente mais foliado, com desenvolvimento de porfiroblastos de quartzo, e seus feldspatos tem tendências a expulsar as exsoluções; o ortoclásio apresenta transformação para microclínio. Os diagramas de tendência, para os elementos maiores, apresentam disposição num único trend evolutivo, com decréscimo de todos os elementos, à excessão do potássio, com aumento de SiO2. Os elementos menores em geral não definem tendência. O diagrama R1-R2 com campos definidos por Batchelor & Bowden (1985) indica para as análises do charnockito de Ubatuba uma evolução decorrente de fusão parcial em ambiente geotectônico tardi-orogênico. Alguns outros sistemas classificatórios comuns para granitóides não permitiram classificação, mas na sua concepção não foram contemplados granitóides formados em ambiente tardi-tectônico. A utilização combinada dos estudos microtermométricos e de quimismo mineral (geotermômetros e geobarômetros) permitiu estimar as condições de cristalização em temperatura e pressão de, respectivamente, 850\'+ ou -\'50°C e 7.0\'+ ou -\'0.5 kb, com P fluidos << P total, e \'X IND.H2O\' muito baixa. Os geotermômetros/geobarômetros baseados em feldspatos e anfibólio forneceram estimativas para P e T muito inferiores, corroborando seu reequilíbrio ou formação posterior. A idéia de origem magmática para as rochas charnockíticas de Ubatuba, já defendida por outros autores, merece amplo respaldo neste trabalho. Da mesma maneira, as datações de Gasparini & Mantovani (1979), entre outras, que fornecem idade de aproximadamente 480 Ma, são compatíveis com o observado. Desta forma, e levando em conta as afirmações destes autores e de Siga et al. (1989) que sua assinatura isotópica revela derivação de crosta continental, as rochas charnockíticas de Ubatuba devem representar uma situação de crosta continental duplicada no limite Proterozóico Superior - Fanerozóico. |