Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
1968 |
Autor(a) principal: |
Martins, Paulo Sodero |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11137/tde-20240301-152342/
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Resumo: |
1. O presente trabalho faz parte do plano geral de estudo da evolução na região tropical e subtropical, utilizando a família Orchidaceae, desenvolvido no Instituto de Genética. 2. O grupo escolhido para essa análise, foi o grupo caracterizado como Miltonia spectabilis Ldl., pertencente ao gênero Mtiltonia e à tribo Oncidieae. 3. A escolha recaiu neste grupo devido às seguintes razões: a) por estarem relacionadas para esta espécie nove variedades, entre as quais a Miltonia spectabilis moreliana que apresenta diferenças morfológicas evidentes com relação à espécie tipo; b) a espécie tipo, Miltonia spectabilis spectabilis, possuindo área de distribuição geográfica relativamente grande, com variações na constituição da flora e nas características ecológicas, constituiu-se material adequado para se verificar a possível ocorrência de variação correlacionada com mudanças nos fatôres ambientais. 4. O trabalho foi dividido em duas partes: primeiramente analisamos a variação da M. spectabilis spectabilis e da M. spectabilis moreliana e depois analisamos a situação taxonômica das mesmas. 5. O material utilizado no presente trabalho constituiu-se de plantas vivas, coletadas pelos técnicos do Instituto de Genética e que se acham em cultivo nos ripados desta Instituição há alguns anos. 6. Para a análise da variação da M. spectabilis spectabilis, subdividimos sua área em quatro regiões e tomamos as medidas de doze caracteres, vegetativos e florais. Em seguida, calculamos a média, desvio padrão, coeficiente de variação e a regressão linear de cada caráter. Em M. spectabilis moreliana observamos apenas a variabilidade na forma do labelo. 7. Para constatação de possíveis diferenças entre os dois grupos, com a finalidade de classificação, medimos os mesmos doze caracteres utilizados para o estudo da variação, e calculados para cada um a média, desvio padrão, coeficiente de variação e em seguida aplicamos o teste t. Além disso, observamos as características morfológicas, como forma do labelo e cor, as áreas de distribuição e suas características, e determinamos a época de florescimento. 8. Com relação à variação, verificamos que a M. spectabilis moreliana apresenta variação não de acaso, provavelmente variação ecológica. Foi constatada a presença de 7 clines, todos para caracteres florais que são: largura da sépala dorsal, comprimento e largura da sépala ventral, comprimento e largura da pétala e comprimento e largura do labelo, sendo que os outros 4 caracteres, que são: comprimento e largura do pseudobulbo, largura da fôlha e comprimento da sépala dorsal, embora não sejam clines apresentam a tendência de aumentarem de tamanho no mesmo sentido. Apenas o comprimento da fôlha apresenta variação de acaso. 9. Determinamos o número de cromossomas de três plantas de cada da região em que foi subdividida a área da M. spectabilis spectabilis e observamos que não houve variação, sendo para todas as plantas 2n = 60. Não há portanto qualquer correlação entre a variação clinal encontrada e o número de cromossomas. 10. Os clines encontrados dizem respeito ao aumento da dimensão dos caracteres florais no sentido sul-norte, isto é, as menores medidas aparecem no litoral norte do Estado de São Paulo e as maiores medidas na região sul do Estado do Espírito Santo. 11. Não foi possível detectar a variável ecológica responsável pela seleção que produziu os clines e os estão mantendo. 12. Com relação à taxonomia, concluímos que os grupos M. spectabilis spectabilis e M. spectabilis moreliana devem ser considerados como espécies alopátrioas, segundo os critérios estabelecidos por GRANT (1963), pois as áreas em que aparecem são disjuntas e ecologicamente diferentes, há descontinuidade nos caracteres fenotípicos entre os dois grupos e a época de florescimento é diferente, impedindo a troca de genes. Os grupos devem ser denominados de Miltonia spectabilis Ldl. e Miltonia moreliana Hort. |