Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2009 |
Autor(a) principal: |
Scarpa, Daniela Lopes |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48134/tde-23092009-144938/
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Resumo: |
A tese que aqui se apresenta pretende sugerir que a cultura escolar regula as modalidades de acesso dos indivíduos aos objetos da cultura científica, em contraposição à idéia de enculturação como objetivo do ensino de ciências. Para tanto, parte de uma longa discussão teórica em que o conceito de cultura, campo ou esfera é discutido. De mão desses conceitos, parte-se para definição do que seria cultura escolar uma relação pedagógica submetida a tempos, lugares e objetos específicos e cultura científica atividade humana com métodos e padrões historicamente contingentes que são avaliados em relação à sua meta e ao grau de sucesso obtido, na qual está inserida a biologia. Definidos esses campos, foi necessário, então, entender como se dá o diálogo entre essas esferas, para tanto se fez uso do conceito de hidridação, zona de encontro entre as linguagens típicas de cada um desses campos sociais. Com os conceitos construídos, escolheu-se a abordagem metodológica: tomar como objeto de análise dois textos de cientistas e dez textos de alunos sobre a mesma temática, a noção de que o DNA é a molécula portadora das informações hereditárias. Usou-se o padrão de Toulmin (1958/2006) e as marcas lingüísticas de Koch (2000) para identificar elementos dos argumentos e suas relações. A análise dos textos mostrou que os alunos fazem uso, preponderantemente, de argumentos substanciais, enquanto que cientistas constroem seus textos por meio de argumentos analíticos. A utilização diferenciada dos tempos verbais do discurso nos textos de cientistas e alunos permitiu sugerir a transformação de uma biologia funcional em uma narrativa histórica. A seleção lexical e o uso de qualificadores tornaram visível o deslizamento entre as modalidades aléticas e epistêmicas que assumiram funções diferenciadas nos dois tipos de produção textual. Essa análise nos permitiu discutir que o percurso realizado pelos estudantes para acessar as verdades científicas ou construir visões de ciências envolve etapas e processos diferenciados daqueles percorridos pelos cientistas nesses mesmos processos. Se, por um lado, não é suficiente que o objetivo do ensino de ciências seja o de propiciar a compreensão dos resultados e produtos produzidos na esfera científica, por outro lado, não são todas as regras do jogo que são acessíveis aos estudantes. Assim, o ensino de ciências deve ser visto como um processo de construção de uma visão idiossincrática de ciência que envolva a compreensão dos seus conceitos e linguagem, não para adotar essa nova cultura, mas para que se possa dialogar com ela. |