Escrita argumentativa de alunos do ensino médio alicerçada em dados obtidos em experimentos de biologia

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: Tonidandel, Sandra Maria Rudella
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48134/tde-05112009-153303/
Resumo: Nesta pesquisa, investigamos como alunos de ensino médio escrevem de forma argumentativa ao utilizarem dados empíricos de uma investigação experimental de biologia. Neste trabalho, entendemos a ciência como cultura e, inseridos numa perspectiva sócio-cultural do processo ensino-aprendizagem, abordamos a aprendizagem de ciências como enculturação. Neste processo, o ensino desenvolve múltiplas práticas em sala de aula introduzindo os alunos às regras, linguagem e processos da cultura científica. Fizemos uma revisão de como os diferentes processos da cultura científica se articulam numa atividade experimental para construir o conhecimento científico, com ênfase nas atividades de conhecimento biológico. Focalizamos especialmente alguns aspectos da linguagem científica, para, compreendendo a forma como eles se apresentam nas discussões e na produção de artigos, papers e relatórios produzidos pelos cientistas, podermos entender as possíveis aproximações com a educação científica, especificamente no aspecto da produção escrita escolar. Apresentamos o padrão de argumentação como ponto importante na linguagem científica, e fundamental no ensino de Ciências na abordagem de aprendizagem como enculturação. Nossa investigação pretende analisar a construção de uma escrita argumentativa, por alunos de ensino médio, a partir da utilização de dados empíricos em aulas experimentais de biologia, aproximando-se do que ocorre na produção científica com aspectos da biologia funcional. Nossa hipótese é que, em aulas de investigação aberta em biologia, a análise e a discussão dos dados empíricos obtidos pela atividade dos alunos promovem o desenvolvimento da escrita argumentativa. Para investigar esse processo, acompanhamos uma seqüência didática de um professor de biologia do primeiro ano do ensino médio, que propôs que seus alunos respondessem a uma questão-problema: Qual é a importância da luz no desenvolvimento de vegetais?. Durante três meses, gravamos em vídeo e em áudio toda a parte experimental realizada pelos alunos e discutimos o processo. Para responder nossa questão inicial sobre a argumentação escrita dos alunos, foram utilizados como dados potenciais, os relatórios escritos individualmente pelos estudantes (e entregues à professora no final da parte experimental), formando nossas unidades de análise. Com esses relatórios pudemos analisar os diferentes aspectos da linguagem científica, principalmente a escrita argumentativa, utilizando o padrão de Toulmin (1958(20061)), além de evidenciar o papel dos dados empíricos e dos conceitos biológicos na produção do aluno. Entendemos que, ao possibilitar que os alunos experimentem uma diversidade de situações de investigação de longo prazo no laboratório de biologia, e estimulando-os no contato com uma diversidade de dados empíricos, o professor aproxima-os das circunstâncias que ocorrem nas atividades características da cultura científica, estimulando-os na elaboração da argumentação escrita.