Uso da membrana de látex revestida com β-trifosfato de cálcio na regeneração guiada de defeito ósseo em tíbia de ratas osteopênicas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Carlos, Bruna Leonel
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17142/tde-05102020-132449/
Resumo: A osteoporose é considerada a doença ósseo metabólica mais prevalente no mundo, visto que, diversos fatores são apontados como causas da doença, dentre eles a menopausa e as deficiências nutricionais de vitamina D. O comprometimento da regeneração óssea é uma das complicações associados à osteoporose, tornando-se um problema de saúde pública global, que gera altos custos de tratamento e prejuízo a qualidade de vida dos pacientes. Para auxiliar na regeneração óssea, as propriedades osteoindutivas de diversos biomateriais têm sido estudadas, como por exemplo, a utilização de membranas de látex extraído da seringueira Hevea brasiliensis. Além de possuir propriedades regenerativas, as membranas de látex podem ser utilizadas para liberação de compostos biológicos no local da lesão, como por exemplo de fosfato de cálcio (CaP). Dentre as fases do do CaP o &beta;-trifosfato de cálcio (&beta;-TCP) possui alta biocompatibilidade, boa solubilidade e fácil absorção pela matriz óssea. Sendo assim, o objetivo do estudo foi avaliar a influência da membrana de látex revestida com &beta;-TCP no reparo tecidual de defeito ósseo realizado em tíbia de ratas submetidas a ovariectomia e dieta com déficit de vitamina D3. Foram utilizadas 50 ratas Sprague Dawley. A osteoporose foi induzida por ovariectomia (OVX) e dieta com déficit de vitamina D3 em 40 animais. Nos 10 animais restantes, não foi induzida a osteoporose e os animais passaram pelo procedimento de cirurgia de OVX simulada, sendo utilizados como controles saudáveis. Após 90 dias, um defeito ósseo, de 3mm de diâmetro, foi confeccionado bilateralmente nas tíbias de todos os animais. Os animais osteopenicos foram divididos em 4 grupos de acordo com o tratamento proposto, sendo: sem tratamento (C), defeito tratado com &beta;-TCP (BTCP), defeito tratado com membrana de látex natural (L), defeito tratado com membrana de látex natural revestido com &beta;-TCP (BTCP+L). Nos animais não osteopenicos os defeitos ósseos não receberam tratamento (SHAM). Após 21 dias, os animais foram eutanaziados e os ossos foram submetidos as análises de densitometria, micro-CT, ensaio mecânico, histologia e qPCR. Além disso foram dosados os níveis de hormônio folículo estimulante (FSH). Os efeitos da OVX foram confirmados, pois os grupos ovariectomizados apresentaram maiores níveis de FSH (p<0,001). A osteopenia, por sua vez, prejudicou a regeneração óssea, visto que, o grupo C apresentou menor taxa de neoformação óssea (p = 0,015), deposição de colágeno (p = 0,014), número de trabeculas (Tb.N) (p = 0,023), densidade mineral óssea (DMO) (p <0,001) no local do defeito quando comparado ao grupo SHAM. Os grupos tratados não apresentaram diferenças estatísticas entre si, e seus valores foram intermediários para os resultados das análises histológicas, densitométricas e mecânicas. No entanto, em valores absolutos, apresentaram melhores resultados quando comparados ao grupo C. A análise qualitativa das imagens de micro-CT indicaram maior volume de osso recém-formado no grupo SHAM, e nos grupos tratados, porém não houve diferenças estatísticas significativas entre os grupos. Em conclusão as membranas de látex com &beta;-TCP não influenciaram significativamente a regeneração de defeitos ósseos em tíbias de ratas osteopenicas após 21 dias de tratamento. São necessários mais estudos com maior duração do tratamento e diferentes métodos de revestimento para melhor avaliar os efeitos da membrana na regeneração de ossos osteopenicos.