Estudo da administração de dois extratos da planta Pyrostegia venusta no tratamento da asma em um modelo animal

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Balestra, Andiamira Cagnoni
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17138/tde-30032017-094827/
Resumo: A asma é uma doença inflamatória crônica das vias aéreas responsável por considerável morbimortalidade em todo o mundo. O tratamento atualmente disponível que inclui broncodilatadores e corticosteróides, apresenta respostas variáveis e alguns pacientes não atingem o controle preconizado. Além disso, esses medicamentos apresentam efeitos colaterais indesejáveis. Assim, é necessário o desenvolvimento de novas drogas para o tratamento da asma. A Pyrostegi venusta (KerGahl.) Miers (\"cipó-de-são-joão\", Bignoniaceae), uma trepadeira amplamente distribuída no mundo inteiro e no Brasil principalmente no cerrado brasileiro, apresenta atividade anti-inflamatória e antioxidativa. Até o momento, não há descrição de estudos de P. venusta no tratamento da asma. O objetivo do estudo foi avaliar os efeitos da administração de dois extratos de P. venusta nas doses de 100 e 300mg/kg no tratamento da asma em um modelo animal e os mecanismos envolvidos. Foram realizados dois protocolos com períodos de tratamento e doses diferentes. No protocolo 1, camundongos Balb/c foram sensibilizados duas vezes com ovalbumina (OVA) intraperitoneal (ip), com uma semana cada de intervalo; após uma semana, foram desafiados com OVA intranasal (in) por três dias consecutivos, os camundongos receberam tratamento com extrato aquoso ou extrato hidroetanólico de P. venusta (100 mg/kg) por via ip, também por três dias consecutivos, durante os desafios com OVA. No protocolo 2, camundongos Balb/c foram sensibilizados duas vezes com OVA ip, com uma semana de intervalo e, após uma semana, desafiados com OVA in por quatro dias alternados. Os animais foram tratados com os extratos aquoso ou extrato hidroetanólico de P. venusta (300 mg/kg), ip, por sete dias consecutivos. Camundongos controles receberam salina nos mesmos dias. Após a sensibilização e desafios, os animais foram ventilados e foram realizadas medidas in vivo da hiper-responsividade brônquica com concentrações crescentes de metacolina. Após, foi coletado lavado broncoalveolar para contagem total e diferencial de células. O sangue foi coletado para dosagem de IgE específica para OVA e os pulmões foram retirados para dosagem de citocinas e capacidade antioxidante no homogenato pulmonar e análise histológica. No protocolo 1, houve redução de células totais, eosinófilos e da hiper- responsividade brônquica no grupo tratado com extrato aquoso quando comparado ao grupo controle. O extrato hidroetanólico não reduziu a inflamação das vias aéreas. Em relação ao protocolo 2, o grupo asmático que recebeu tratamento com extrato aquoso apresentou diminuição de células inflamatórias totais, eosinofílicas e no tecido pulmonar, além de diminuição da hiper-responsividade brônquica e aumento da capacidade antioxidante. O grupo tratado com extrato hidroetanólico apresentou redução apenas de células totais e de eosinófilos. Os extratos aquoso e hidroetanólico da P. venusta não reduziram os níveis de citocinas inflamatórias. Conclui-se que a administração do extrato aquoso de P. venusta na dose de 300mg/kg atenuou as principais características da asma em um modelo animal, provavelmente por um mecanismo antioxidante.