A prática da amamentação entre mulheres em situação de violência por parceiro íntimo, durante a gestação atual: análise da duração do aleitamento materno exclusivo e autoeficácia materna na amamentação

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Mariano, Laura Marina Bandim
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22133/tde-09022015-200140/
Resumo: A violência por parceiro íntimo (VPI), durante a fase gravídico-puerperal da mulher, pode ter consequências sérias e desastrosas tanto para a saúde das mulheres como para seus conceptos/neonatos. Algumas dificuldades das mães, durante o aleitamento materno, podem estar relacionadas, direta ou indiretamente, à atitude de agressão por parte do parceiro, independente de ocorrer antes, durante e/ou depois da gestação. Este estudo teve como objetivo analisar a prática da amamentação entre mulheres em situação de VPI, durante a gestação atual, usuárias de um serviço de pré-natal da rede pública quanto à duração do aleitamento materno exclusivo (AME), ao nível de autoeficácia materna para amamentar e aos fatores relacionados ao início, estabelecimento da amamentação e desmame precoce. Trata-se de um estudo quantitativo e descritivo-exploratório, desenvolvido no CRSM-MATER, situado em Ribeirão Preto - SP, com aprovação da Comissão de Ética em Pesquisa com Seres Humanos, nº 1421/2011. Os dados foram coletados no período de maio de 2012 a maio de 2013. As mulheres participantes do estudo foram recrutadas a partir de um inquérito sobre prevalência de VPI na gestação, aplicado no pré-natal para 358 gestantes, além de dados sociodemográficos e ginecológicos. Na internação, as informações sobre variáveis obstétricas, neonatais e de amamentação foram coletadas no prontuário. Com 30 dias de pós-parto, as mulheres foram acompanhadas no domicílio, quando foi aplicado o Instrumento Breastfeeding Self-Efficacy Scale (BSES), e com 70 dias após o parto, por contato telefônico, para obter informações sobre a amamentação. Os dados foram analisados pelo programa estatístico SAS ® 9.0, com análise fundamentada na estatística descritiva, utilizando-se o Teste Exato de Fisher, t-Student e Análise de Variância. Verificamos que 17,59% das participantes relataram algum tipo de VPI, durante a gestação atual, sendo 94% por violência psicológica, 42%, física e 2%, sexual. A média de idade foi de 24,5 anos e de estudo, 8,94 anos, renda familiar média de 2,61 salários-mínimos. Na alta hospitalar, 88% dos bebês estavam em AME, reduzindo para 55,32% e 40% com 30 e 70 dias após o parto, respectivamente. A média de duração do AME foi de 19,08 dias. E 54% das mulheres apresentaram alta autoeficácia na amamentação. Não houve associação do nível de autoeficácia na amamentação e da duração do AME com o tipo de VPI, na gestação atual. Verificamos associação da duração do AME com o nível de autoeficácia na amamentação com 30 e 70 dias, após o parto. Dentre os fatores relacionados ao início, estabelecimento da amamentação e desmame precoce, observamos associação estatisticamente significativa do nível de autoeficácia na amamentação com o Apgar de 1º minuto, a presença de intercorrências com o recém-nascido (RN) e a separação da mãe durante a internação. Concluímos que a análise da autoeficácia na amamentação entre mulheres em situação de VPI, na gestação atual, possibilitou identificar fatores relacionados à amamentação que podem ter influências negativas e positivas sobre o início e estabelecimento da amamentação, bem como para o desmame precoce. A BSES é um instrumento que pode ser usado tanto em pesquisas como no planejamento de uma assistência mais efetiva