Autoeficácia na amamentação e aleitamento materno no primeiro ano de vida: um estudo de coorte

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Minharro, Michelle Cristine de Oliveira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/153667
Resumo: Um aspecto capaz de influenciar na duração do aleitamento materno (AM) é a confiança materna em sua habilidade de amamentar. O objetivo principal do estudo foi avaliar a autoeficácia na amamentação e sua relação com a duração do AM no primeiro ano de vida, em coorte populacional de lactentes e mães acompanhados em município paulista. Trata-se de estudo integrante do estudo CLaB – Coorte de Lactentes de Botucatu, voltado a coletar e analisar dados, eventos e situações relacionadas à saúde de mães e crianças no primeiro ano de vida. Participaram puérperas e seus recém-nascidos do município que compareceram para atendimento em serviço público de triagem neonatal e primeira consulta clínica, com alta cobertura populacional. A captação foi de julho 2015 a fevereiro de 2016. As entrevistas ocorreram quando o lactente tinha menos de um mês de idade (na captação), seguidas de entrevistas telefônicas aos 2 e 4 meses e domiciliares aos 3, 6, 9 e 12 meses. A Escala de Autoeficácia na Amamentação – Forma Abreviada (BSES-SF), com escore variando de 14 a 70 pontos, foi aplicada na captação e a situação dos lactentes em relação ao aleitamento materno exclusivo (AME) e aleitamento materno foi avaliada em todos os momentos do estudo. Dados socioeconômicos e demográficos, história obstétrica, atenção e situação de saúde de mães e lactentes foram coletados para caracterização da amostra e controle de possíveis confundidores. Foram excluídos os gemelares. Foram testadas as associações brutas entre variáveis socioeconômicas, maternas e dos lactentes com a autoeficácia. As associações com p<0,20 foram analisadas em modelos de regressão logística multinomial, com p<0,05 como nível crítico. Para a investigação da associação entre AM e autoeficácia a mesma foi avaliada com 3 versões: escore contínuo; categorizada e em tercis. A idade do lactente na cessação do AME e do AM e a situação de AME aos 3 e 6 meses e do AM aos 3, 6, 9 e 12 meses foram os desfechos analisados, respectivamente, por modelos de regressão múltipla de Cox e Regressão Logística multivariada, incluindo os fatores com p<0,20 nas análises bivariadas. Resultados: A coorte teve início com 644 bebês e 573 completaram o seguimento até doze meses. 66% dos lactentes nasceram em maternidade do SUS e o restante em serviço privado/convênio. 77,9% das puérperas apresentaram alta autoeficácia; 1/5 apresentou média; apenas 1,7% baixa autoeficácia. Destacaram-se como fatores independentemente e positivamente associados com maior autoeficácia, gestação bem aceita e contato pele a pele após o parto; dificuldades com o início do aleitamento contribuiram para menor autoeficácia. A magnitude do efeito da autoeficácia sobre o risco de desmame foi considerável, sendo que a alta autoeficácia reduziu em 70% o risco de cessação do AM no primeiro ano e em 66% o de cessação do AME antes de seis meses. Estar no maior tercil em comparação ao menor reduziu em 45% e 30% as chances de cessação do AM e do AME, respectivamente. Nas três formas da variável, quanto maior a autoeficácia na amamentação maiores as chances de as crianças estarem em AM/AME nas idades de 3, 6, 9 e 12 meses. Conclusão: A autoeficácia materna na amamentação tem efeito próprio sobre a duração do AM e AME, resultado que apoia sua avaliação na atenção à saúde, em particular no pré-natal, puerpério imediato e primeira consulta clínica do lactente após a alta da maternidade.