A experiência de gravidez, parto e pós-parto das imigrantes bolivianas e seus desencontros na cidade de São Paulo - Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Avellaneda Yajahuanca, Rosario del Socorro
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6136/tde-13112015-105147/
Resumo: Os deslocamentos de pessoas ou grupos dentro dos países e para fora destes podem ser motivados por fatores ambientais, econômicos, políticos ou religiosos. Atualmente, os bolivianos representam o grupo mais numeroso entre os hispano-americanos que vivem na cidade de São Paulo, com grande contingente de mulheres em idade reprodutiva. Elas neste processo migratório trazem consigo costumes de tradições culturais. Objetivos: Compreender as experiências vividas pelas mulheres bolivianas durante a assistência à saúde na sua gravidez, parto e pós-parto na cidade de São Paulo. Metodologia: Trata-se de um estudo qualitativo de base etnográfica que busca compreender os significados do contexto pesquisado. Foi realizada observação de plantões em ambientes do hospital na cidade de São Paulo, onde as mulheres bolivianas geralmente dão à luz. Os registros empíricos foram complementados com entrevistas individuais, realizadas na casa das mulheres depois da alta hospitalar. Resultado: Os cuidados de atenção do parto estão centrados em intervenções de rotina (episiotomia, cesárea, utilização de fórceps, manobras de Kristeller) diferentes dos procedimentos geralmente adotados no país de origem das mulheres entrevistadas. Os cuidados pós-parto (práticas alimentares, autocuidado no pós-parto) também contradizem os cuidados próprios de sua cultura. Referem que são ignoradas pela maioria dos profissionais durante o atendimento e que as informações sobre os procedimentos realizados e sobre a evolução do bebê não são claras. As peculiaridades culturais e linguísticas constituem barreiras adicionais à utilização dos serviços de saúde. Apesar de o direito universal à saúde ser reconhecido, na prática as mulheres enfrentam dificuldades no acesso aos serviços de saúde durante o processo de gravidez, parto e pós-parto. Conclusões: A pesquisa permitiu conhecer o contexto social e cultural de alguns saberes e práticas tradicionais das mulheres bolivianas e suas diferenças quanto à cultura do Brasil. A adaptação da assistência às especificidades culturais, a oferta de um ambiente mais acolhedor e a garantia do direito ao acompanhante no parto podem reduzir os medos e desconfianças pelos quais passam as usuárias e contribuir para uma melhor assistência a este grupo populacional.