Os cortiços na paisagem do Brás e Belenzinho, São Paulo: um estudo de caso

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Simone, Angelica dos Santos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8135/tde-27032015-153533/
Resumo: A paisagem apresenta-se ao indivíduo pela sua dimensão material, que é a manifestação da vida humana na superfície terrestre. Este estudo tem como objetivo compreender como o cortiço no Brás e Belenzinho integra o conjunto da paisagem e quais são os fatores de sua permanência, no contexto da imigração boliviana, frente às renovações urbanas que vêm ocorrendo neste setor. Partindo de uma compreensão histórica dessa configuração, a pesquisa procura compreender a paisagem em suas diferentes escalas, do setor urbano ao cortiço. Optou-se pelo método qualitativo na coleta dos dados e na interpretação dos resultados. O método morfológico auxiliou na descrição da paisagem e o processo histórico contribuiu com a compreensão dos fatores econômicos e sociais que estruturaram este setor e a configuraram. A observação participante e a realização de entrevistas auxiliaram no estudo da paisagem a partir da memória de velhos moradores e do cortiço estudado. Como é mínimo o investimento em habitações populares para a população de baixa renda neste setor, o cortiço é a principal alternativa para morar próximo ao trabalho e em um setor que possui boa oferta de equipamentos urbanos. A pesquisa com os bolivianos costureiros permitiu averiguar a existência da relação entre a reprodução de cortiços e as oficinas de costura organizadas por eles. Esta pesquisa denominou tal categoria de cortiço, a partir da sobreposição de atividades domésticas e trabalho no mesmo espaço, como oficina-cortiço, que se apresenta no setor de estudo a partir da refuncionalização de edificações antigas às mais recentes. A permanência do cortiço na categoria oficina-cortiço deve-se à reestruturação produtiva da indústria de vestuários e à quarteirização do trabalho, onde as confecções contratam informalmente, os serviços de costura que são realizados por imigrantes bolivianos em locais insalubres. Moradia e trabalho unem-se no mesmo cômodo, pois esta forma gera menos custos para o dono da oficina, ao mesmo tempo em que permite aos imigrantes, que não desejam se enraizar, uma possibilidade maior de mobilidade