Provocações na escola: performance e infância no centro das atenções

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2003
Autor(a) principal: Zanete, Renata Flaiban
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48134/tde-06082019-151541/
Resumo: Uma performance inicialmente realizada em parques e praças da cidade de São Paulo foi levada ao espaço de uma escola pública desse mesmo município. Realizei uma série de provocações artísticas e educativas buscando apreender modos diversos de fruição e mediação de alunos e professores de 1º e 2º ciclos do ensino fundamental, durante os meses de março a setembro de 2001. Nesta pesquisa-participante desempenhei os papéis de artista, pesquisadora e educadora. A pesquisa de campo dividiu-se em três etapas, que foram esboçadas a priori e se configurando com mais clareza no desenvolvimento do trabalho, conforme as interações e ressonâncias que iam ocorrendo. As diferentes linguagens utilizadas gestual, escrita, visual, videográfica e corporal mostraram-se essenciais à captação dos sentidos atribuídos à performance, bem como à exploração de interações nem sempre presentes no território escolar. Possibilitaram ainda a vivência de processos criativos e de produção de sentidos pessoais e coletivos, a partir de provocações estético-artísticas e/ou educativas. A escola mostrou-se aberta para o desenvolvimento das atividades, disponibilizando espaço e tempo para o trabalho com alunos e professores. A iniciativa de levar um trabalho artístico para dentro de uma instituição educativa foi vista positivamente pelos profissionais da escola, principalmente depois de concluída a pesquisa. No desenvolvimento das propostas, no entanto, surgiram dificuldades como: a limitação do horário dos professores para reflexões mais aprofundadas, a grande quantidade de alunos em cada grupo, os equipamentos precários da escola, a falta de funcionários que pudessem auxiliar os professores, a resistência dos profissionais da escola para trabalhar com a liberdade do imaginário das crianças. As entrevistas realizadas com artistas e professores revelaram semelhanças e diferenças de concepções, formação e experiências que interferem nas atuações desses profissionais. A pesquisa aponta para a necessidade de maiores investimentos, parcerias e integração entre as políticas públicas de educação e cultura a fim de que professores e crianças tenham chances de aprofundar seus conhecimentos em arte, nas suas diferentes linguagens, bem como artistas possam refletir e contribuir com maior clareza sobre a função social da arte no mundo atual.