Resumo: |
Atualmente, muitos animais encaminhados para necropsia apresentam histórico de óbito ocorrido durante ou após procedimentos como banho e tosa, adestramento, traslados, permanência em hotéis e outras situações similares. Segundo relato de médicos veterinários e auxiliares presentes no local do óbito, grande parte desses animais ao serem manipulados apresentavam agressividade, ansiedade e agitação, e muitos vinham a óbito ainda nas mãos do próprio tosador, enquanto outros, minutos após a chegada em casa. Em um levantamento de exames necroscópicos contendo 1391 animais, realizados pelo Pet Legal Centro de Diagnósticos e Perícias na cidade de São Paulo, no período de 2004 a 2009, 95 cães e 16 gatos de ambos os sexos, e de diferentes raças e idades vieram a óbito durante os procedimentos descritos anteriormente. Em 28% dos casos, os animais vieram a óbito em conseqüência de traumatismos de origem mecânica contundente, tendo uma maior incidência de traumas em região de cabeça, caracterizados por fraturas e lesões de tecido nervoso, ocasionados por queda ou golpe, muitas vezes apresentando lesões de golpe e contragolpe. Em 72% dos casos, os animais vieram a óbito em conseqüência de um colapso respiratório, tendo como alterações principais a congestão, edema e hemorragias pulmonares, sendo esta última, determinante para o óbito. Nos casos de óbito por colapso respiratório, os animais apresentavam alterações em seu comportamento e na freqüência cardiorrespiratória, fato observado na ação de luta ou fuga e que faz parte da fase de alarme da síndrome geral de adaptação. Este é o primeiro trabalho em âmbito nacional que relata as causas de óbitos durante os procedimentos em petshops e similares, fornecendo as informações necessárias aos médicos veterinários, proprietários e principalmente às partes jurídicas, conferindo a esta última, respaldo forense no processo legal. |
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