Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2015 |
Autor(a) principal: |
Hernandez, Maria Inês de Oliveira |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8147/tde-31072015-175607/
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Resumo: |
Este estudo objetiva analisar materiais didático-digitais que acompanham livros de ensino de inglês para negócios, problematizando seus dizeres e as subjetividades produzidas para o aprendiz/futuro ou atual trabalhador do meio corporativo e sua relação com o discurso do neoliberalismo e o da globalização, os quais afetam de modo incisivo nosso momento contemporâneo. Pretendemos, sobretudo, desmistificar a representação do material pedagógico como um repositório de verdades científicas, livre de posicionamentos ideológicos, buscando promover uma atitude mais indagadora de professores e alunos frente aos materiais didáticos, em qualquer modalidade, impressos ou digitais. Interessa-nos investigar os imbricamentos discursivos, a noção de tecnologia implícita, a representação da língua inglesa e a variante do inglês sendo ensinada, dado que essas questões constituem os materiais analisados e incidem sobre as construções subjetivas. A hipótese que direciona este trabalho é a de que o discurso desses materiais digitais constrói subjetividades heterogêneas e contraditórias. Assim, o discurso que pretende inculcar um único modelo de sujeito apresenta fissuras que possibilitam momentos de resistência e de constituição de subjetividades não hegemônicas no mundo globalizado. Fundamentamos nossa análise nos conceitos da visão discursiva do sujeito (clivado e descentrado), formado no e pelo discurso (heterogêneo, polifônico, ideológico), perpassado por relações de poder (em que a resistência é constitutiva), aliando, portanto, nossa perspectiva discursiva às reflexões de Michel Foucault (1982, 1983, 1996a, 1997a, 1997b) acerca das relações de poder e saber, além da contribuição de Gilles Deleuze (1990a,b) sobre a sociedade de controle, na qual o poder é exercido de modo mais sutil e refinado, gerando uma modulação permanente do sujeito. Verificamos que o discurso pedagógico desses materiais digitais, formado a partir de dizeres hegemônicos dos discursos do neoliberalismo e da globalização, engendra um processo de subjetivação vigoroso, indicando ao sujeito como deve ser e agir no meio corporativo a fim de ser bem-sucedido. Por outro lado, esse mesmo discurso mostrou-se afetado por enunciados de práticas discursivas concorrentes, promovendo subjetividades contraditórias, mas não necessariamente em dissonância com os discursos hegemônicos. |