Estudo sobre a tectônica de fraturamento na região do Quadrilátero Ferrífero e em partes do complexo migmático-granulítico de Minas Gerais, com base em sensoriamento remoto

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 1986
Autor(a) principal: Santos, Athos Ribeiro dos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/44/44131/tde-16072015-110809/
Resumo: A porção sudeste do Estado de Minas Gerais exibe uma evolução policíclica complexa, caracterizada por orogenias pré-cambrianas superimpostas e reativação tectono-magmática fanerozóica. A região estudada engloba o Quadrilátero Ferrífero - uma área clássica de geologia pré-cambriana no Brasil e importante província mineral - e partes do complexo migmatito-granulítico. A área é composta de rochas pré-cambrianas metamórficas, de idades arqueanas a proterozóicas superiores. O fanerozóico é representado por magmatismo basáltico e tectonismo relacionado, que ocorreram principalmente no Mesozóico, e por restritas bacias sedimentares lacústricas, que desenvolveram-se nos períodos terciário e quatrnário. Este estudo, com enfoque principal foto-geológico regional, é baseado na interpretação de produtos de sensoriamento remoto (MSS, RBV e TM do LANDSAT e mosaicos de radar do Projeto RADAMBRASIL) e dados geológicos (de campo e bibliográficos) e geofísicos (gravimétricos). O principal objetivo do trabalho é contribuir para oconhecimento sobre a evolução desta área geologicamente complexa, através da análise do fraturamento regional. Foi realizada uma integração geológica na escala 1:250.000 atravésdos produtos de sensoriamento remoto utilizados, buscando-se homogeneizar as informações existentes (que são distribuidas na área de forma irregular, de escalas diferentes e com interpretações muitas vezes conflitantes), adicionando-se dados de trabalhos de campo próprios. Com base na foto interpretação e em dados de campo é feito neste trabalho uma tentativa de subdivisão, ainda que em nível regional, do Complexo Migmatito-Granulítico de Minas Gerais. As áreas de ocorrência do \"Greenstone Belt\" Rio das Velhas foram sugeridas. As seqüências proterozóicas do Supergrupo Minas no Quadrilátero Ferrífero foram individualizadas a nível de grupo, incluindo o Itacolomi, e as ocorrências do Supergrupo Espinhaço são restritas e ) consideradas indivisas na área de estudo. O Proterozóico superior é representado, na área, por pequena ocorrência do Grupo São João Del Rei. O mapa de fotolineamentos, construído a partir da interpretação dos produtos fotográficos, e os dados geológicos e gravimétricos constituíram a base para os tratamentos, inferências e interpretações litoestruturais evolutivas. Foram definidos 5 sistemas principais de fotolineamentos (NNE-SSW, E-W, NE-SW, NW-SE e NNW-SSE) os quais foram associados a direções de fraturamento. Estes sistemas de fotolineamentos foram tratados qualitativa e quantitativamente. As análises qualitativas basearam-se nas observações sobre a distribuição, intensidade e relações de intersecção dos fotolineamentos. A análise quantitativa utilizou utilizou, essencialmente, o tratamento estatístico de fotolineamentos. As interpretações qualitativas e quantitativas revelaram a importância de 4 sistemas principais de fraturamento (N-S, E-W, NE-SW e NW-SE). As direções N-W e E-W delimitavam, já no Arqueano, um mosaico de blocos embasamentais, tendo importante atuação no Proterzóico Inferior, controlando a formação da bacia, a paleografia e a sedimentação do Espinhaço. Na época daa deposição e da tectônica Rio das Velhas, fraturas NNW-SSE a NW-SE tiveram uma importante atuação Na orogênese Minas-Espinhaço, grandes cavalgamentos crustais formaram-se segundo fraturas de direção aproximada N-W. Posterior a estes cavalgamentos, talvez ainda na orogenia Minas-Espinhaço, as fraturas NE-SE e NW-SE sofreram movimentação dextral e sinistral, respectivamente. Todos estes sistemas foram reativados posteriormente, principalmente no ciclo Brasiliano e no Mesozóico. Evidências adicionais com relação a evolução estrutural do Supergrupo Minas no quadrilátero Ferrífero, revelaram diferentes padrões de fraturas na cobertura Minas, em relação ao seu embasamento, compatível com a hipótese de origem alóctone para ) os metassedimentos minas.