Aspectos da ciclagem de nutrientes em diferentes fases sucessionais de uma floresta estacional do Rio Grande do Sul

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 1997
Autor(a) principal: Cunha, Girlei Costa da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11142/tde-20210918-220223/
Resumo: O presente estudo analisou a produção de serapilheira e ciclagem de nutrientes em diferentes fases da sucessão secundária em uma Floresta Estacional Decidual, no Rio Grande do Sul, em uma região com clima subtropical úmido. Foram comparados três áreas adjacentes: uma capoeira, com 13 anos de idade; um capoeirão, com 19 anos e uma mata secundária com mais de 30 anos. Os povoamentos foram avaliados quanto à produção e decomposição de serapilheira e ciclagem de nutrientes. As espécies com maior participação na produção de folhedo nos povoamentos, foram avaliadas isoladamente quanto à massa e conteúdo de nutrientes. A queda de serapilheira foi estimada ao longo de dois anos. A produção média anual de serapilheira na capoeira, capoeirão e mata foi, respectivamente, de 5,8 t ha<sup>-1</sup> ano<sup>-1</sup>, 8,0 t ha<sup>-1</sup> ano<sup>-1</sup> e 9,5 t ha<sup>-1</sup> ano<sup>-1</sup>. A produção anual de serapilheira no capoeirão não diferiu estatisticamente da quantidade produzida na mata. O folhedo representou 73% do total de serapilheira derrubada na capoeira e 65% no capoeirão e na mata. As espécies mais importantes na produção de folhedo foram as com maior VI (Valor de Importância) nas comunidades. <i>Mimosa bimucronata</i> na capoeira, <i>Ocotea puberula</i> na capoeira e no capoeirão, <i>Cupania vernalis</i> e <i>Parapiptadenia rígida</i> no capoeirão e <i>Alchornea triplinervia, Nectandra megapotamica</i> e <i>Cabralea canjerana</i> na mata, foram as espécies mais importantes na produção de folhedo nos seus respectivos povoamentos. As concentrações de P na serapilheira diminuíram com a idade dos povoamentos, mas as concentrações de K, Ca e Mg não se alteraram com a idade. A serapilheira derrubada no capoeirão foi a mais rica em N. As quantidades totais de nutrientes transferidos ao solo através da serapilheira na capoeira, capoeirão e mata foram, respectivamente (kg ha<sup>-1</sup> ano<sup>-1</sup>): 98,4; 156 e 163,7 de N; 11,2; 15,4 e 11,5 de P; 28,5; 46,7 e 51,2 de K; 147,5; 206,7 e 271 de Ca e 10,8; 18,2 e 21,8 de Mg. Houve diferenças entre as espécies na concentração de nutrientes em seus folhedos. As espécies <i>Ocotea puberula</i> e <i>Nectandra megapotamica</i> apresentaram elevados teores de P e baixos teores de Ca e Mg. <i>Cabralea canjerana</i> e <i>Cordia trichotoma</i>: altas concentrações de P, Ca e Mg. <i>Cupania vernalis</i>: baixos teores de N e Ca. <i>Phytolacca dioica</i>: concentrações altas de K, Ca e Mg. <i>Parapiptadenia rígida</i> e <i>Machaerium stiptatum</i>: altas concentrações de N e P. Os folhedos de <i>Alchornea triplinervia</i> e </i>Quillaja brasiliensis</i> demonstraram-se pobres em quase todos os nutrientes. As quantidades médias de serapilheira sobre o solo (manta) da capoeira; capoeirão e mata foram respectivamente de: 4,2 t/ha; 5,6 t/ha e 6,0 t/ha. Não foi verificada diferença estatística entre o capoeirão e a mata. O valor do coeficiente de decomposição da serapilheira (k), variou entre 1,37, na capoeira, e 1,57, na mata secundária. Os tempos médios de residência de N, P, K, Ca e Mg na manta florestal foram calculados pelo quociente entre os estoques imobilizados na manta florestal e a transferência anual desses nutrientes pela queda da serapilheira. O tempo médio de residência na manta florestal variou entre 4 e 5 meses para o potássio e 14 e 15 meses para o cálcio. Na capoeira o tempo médio de residência de nutrientes na manta foi maior do que no capoeirão e na mata.