Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2024 |
Autor(a) principal: |
Santos, Marcelo Jardim dos |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5137/tde-06082024-142705/
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Resumo: |
Introdução: A emergência da crise sanitária, social e política da pandemia da COVID-19 em 2020 aprofundou a desigualdade de renda e de gênero, especialmente nas periferias. Ao mesmo tempo, aprofundou a precarização da resposta à pandemia da IST/Aids que seguiu afetando significativamente os jovens brasileiros, sem acesso a insumos de prevenção e a educação sexual, sob ataque de governos conservadores desde 2016. Como responder a esse contexto sindêmico e de crescente negligência de direitos fundamentais, como o direito a saúde integral, em especial à saúde sexual? Este estudo descreve limites e possibilidades das estratégias implementadas por jovens lideranças dedicadas à prevenção do HIV/Aids em favela do município de São Paulo neste contexto, focalizando os primeiros anos da pandemia de COVID-19. Métodos: A pesquisa realizada de janeiro de 2020 a dezembro de 2021, estruturou a observação etnográfica, e e-etnográfica on-line quando necessário, do engajamento comunitário coordenado pela Associação de Moradores para a promoção da saúde, inclusive sexual, que articulou a participação de 9 jovens aprendizes (16-18 anos) majoritariamente negros/negras, moradores no território. Como pesquisador-participante, produzi descrições densas do cotidiano desde o desenho do projeto. Atravessados pela COVID, registrei cenas cotidianas dos jovens, a falta de acesso à internet, a preparação das intervenções para combater fakenews, promoção da prevenção da COVID-19 e de educação popular para prevenção integral incluindo IST/AIDS, gravidez na adolescência, idealizadas e executadas pelos aprendizes em ambientes on-line e presencial. Resultados: Conteúdos sobre prevenção de HIV, outras IST, gravidez e COVID-19, foram divulgados nas redes sociais e por estratégias circunscritas aos limites da vida no território da favela. Lidando com o medo e a pauperização, coproduziram programas da rádio comunitária e participaram trazendo a prevenção integral às ações da Associação (contra fome, violência policial, memória aos mortos da pandemia, prevenção) usando a comunicação através de carros de som enfrentando o difícil acesso à internet. Antes da vacinação anti COVID-19, realizaram ações presenciais no território, distribuindo informações baseadas no consenso científico, preservativos, máscaras faciais, materiais informativos sobre prevenção às IST/AIDS. As principais barreiras para implementar a integralidade da prevenção foram a infodemia e negacionismo científico, o racismo estrutural, a precariedade de infraestrutura e acesso à internet, a desigualdade de gênero e o temor da moralização das experiências sexuais durante o distanciamento físico. A pungente desigualdade de gênero impactou a participação das jovens mulheres no projeto Conclusões: A articulação da Educação Popular em Saúde e da Pedagogia da Esperança freireana, combinada com análises da vulnerabilidade implementadas localmente no território, produziu ações em saúde baseada nos princípios dos Direitos Humanos demonstrando-se muito produtiva na promoção da saúde sexual em contexto sindêmico acompanhado de crise social. As cenas no território como unidade de análise e intervenção, a participação, promoção de saúde de pares de idade, aliada à articulação com parceiros na vida comunitária-territorial, além do acesso a informações cientificamente embasadas sustentaram a promoção da saúde sexual no território da favela nos momentos agudos da pandemia de COVID-19 |