"O adoecimento dos trabalhadores de enfermagem da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais: reflexo das mudanças do mundo do trabalho"

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2004
Autor(a) principal: Murofuse, Neide Tiemi
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22132/tde-18082004-103448/
Resumo: O estudo teve como objetivo evidenciar os problemas de saúde apresentados pelos 4307 trabalhadores de enfermagem lotados nas 23 unidades de saúde da Fundação Hospitalar Estadual de Minas Gerais, comparar os problemas identificados às doenças relacionadas ao trabalho contidas na lista de doenças ocupacionais do Ministério da Saúde e analisar os problemas de saúde no contexto das mudanças processadas no mundo do trabalho na década de 1990. Trata-se de um estudo descritivo e retrospectivo cujos dados foram coletados por meio do levantamento dos atendimentos realizados pela Divisão de Assistência à Saúde do Trabalhador no ano de 2002 e pela análise dos diagnósticos médicos registrados nos prontuários dos trabalhadores e nos relatórios dos exames efetuados. Os diagnósticos obtidos dos 6070 atendimentos realizados foram categorizados com base na CID-10 em vinte grupos de diagnósticos. Os dados foram tratados por meio de estatística descritiva. Os resultados evidenciaram que os problemas de saúde dos trabalhadores se distribuíram nos seguintes grupos: fatores que influenciam o estado de saúde (20,15%), doenças do sistema osteomuscular (11,83%), transtornos mentais e comportamentais (11,40%), doenças respiratórias (10,69%), doenças do aparelho circulatório (8,62%) e lesões, envenenamento e causas externas (8,25%). Quando comparados os diagnósticos encontrados às doenças relacionadas ao trabalho da lista do Ministério da Saúde foi constatado que a força de trabalho da enfermagem estudada está sendo consumida por danos que afetam o corpo e a mente em decorrência de enfermidades causadas por violência oculta no trabalho, conhecidas também como doenças da modernidade tais como: LER/DORT, depressão, angústia, estresse, alcoolismo, hipertensão arterial e infarto agudo do miocárdio. Constatou-se que a instituição acompanha as mudanças processadas no mundo do trabalho adquirindo novas tecnologias e equipamentos, promovendo mudanças organizacionais com novas modalidades de assistência e modelos gerenciais. Destaca-se que 55,7% dos trabalhadores de enfermagem possuíam vínculo de trabalho temporário, ou seja relações precárias de trabalho, sem direitos e garantias trabalhistas e assistenciais. Os trabalhadores estavam expostos não apenas às “doenças da modernidade" mas também às mais antigas como a dengue e a tuberculose, ocasionando licenças para tratamento de saúde e as outras formas de adoecimento pelo trabalho devido a exposição ocupacional a riscos: biológicos, químicos, físicos, ergonômicos e psicossociais.