Exportação concluída — 

Nos domínios de Exu e Xangô o Axé nunca se quebra: transformações históricas em religiões afro-brasileiras. São Paulo e Maceió (1970-2000)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Santos, Irineia Maria Franco dos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8138/tde-01082012-095527/
Resumo: Esta tese apresenta uma análise sobre as transformações históricas nas religiões afro-brasileiras (Candomblé e Umbanda) em São Paulo e Maceió, no período 1970 a 2000. Procurou-se analisar tais transformações em suas relações internas e externas, dos terreiros e tendas entre si e com o ambiente social, político e econômico em que estavam inseridos. Foram identificadas como as transformações mais relevantes aquelas que dizem respeito: (1) às relações estabelecidas com os espaços e as instituições públicos, sagrados e profanos na grande cidade; (2) ao aumento da perseguição por parte das igrejas neopentecostais; (3) à folclorização das religiões afro-brasileiras; (4) aos conflitos internos a respeito do acesso aos segredos dos cultos e da transmissão dos conhecimentos mágico-religiosos; (5) às mudanças e adaptações realizadas nos rituais afro-brasileiros expressos como contradições entre tradição e a inovação litúrgica e o papel dos gêneros masculinos e femininos neles; e, (6) ao aumento de ações de valorização e resgate da memória e história da presença religiosa negra nesses locais. A ideia central defendida sobre tais transformações seria a de que a preocupação de suas lideranças com a perda ou a quebra do axé, ou seja, sobre a possibilidade de continuar a reprodução no longo prazo das religiões afro-brasileiras, não poderia ser compreendida sem levar em consideração os elementos estruturais das mesmas. A cosmovisão e a ideologia religiosa afro-brasileira constituíram-se no Brasil como recriações continuadas. Nelas as rupturas de processo, os confrontos e a luta política pela existência dos cultos, manteve uma criatividade renovadora das formas (estratégias) como essas religiões se estabeleceram e se mantiveram nos espaços urbanos no Nordeste e no Sudeste. Por outro lado, os processos de urbanização e modernização capitalista em São Paulo e Maceió tenderam a acelerar tais mudanças e a criar inseguranças sobre os modelos de culto que poderiam se adequar a esses ambientes. O estudo histórico de tais religiões deveria levar em conta as forças simbólicas e ideológicas expressas nas suas mitologias, como metáforas explicativas dos seus mecanismos de funcionamento religioso, construídos e reconstruídos continuamente. Por fim, ao se afirmar e refletir a historicidade das religiões afro-brasileiras espera-se contribuir para a criação de referências para o seu estudo e para a desconstrução da subalternização e das concepções racistas ainda prevalecentes na historiografia brasileira.