Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2014 |
Autor(a) principal: |
Castellani, Mayra Moreira Xavier |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47133/tde-16032015-102901/
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Resumo: |
O presente trabalho tem por objetivo investigar e fundamentar teoricamente, a partir da teoria psicanalítica de orientação freud-lacaniana, como se dá a experiência da revelação do diagnóstico de HIV, para a parceria afetivo-sexual, em adolescentes e jovens adultos infectados por transmissão vertical. É absolutamente compreensível a relação que se estabelece no âmbito da Saúde, entre revelação do diagnóstico e cuidados preventivos. No entanto, a clínica psicanalítica com os pacientes envolvidos nesta problemática nos indica que a revelação do diagnóstico é, para o paciente, uma experiência que ultrapassa muito o ato de informar um dado, sendo, antes, uma experiência subjetiva da revelação de uma identidade herdada. Por esse motivo, percebemos ser fundamental uma compreensão dos processos psíquicos envolvidos na experiência da revelação do diagnóstico destes jovens, levando em conta a singularidade de cada caso. Partimos de duas hipóteses: a revelação do diagnóstico ao parceiro afetivo-sexual pode ser influenciada por como lhe foi revelado seu diagnóstico, ou seja, sua herança do HIV, transmitida por sua mãe; a angústia associada à experiência da revelação do diagnóstico de HIV por transmissão vertical para o parceiro pode ser uma resposta à fantasia de desamparo. Na tentativa de compreender esse cenário, elegemos alguns conceitos psicanalíticos como bússola, que podem contribuir para o cerzimento de articulações teórico-clínicas, são eles: tabu, transmissão, identificação, fantasia e angústia. Além disso, realizamos entrevistas semi-dirigidas com quatro pacientes, que tinham diagnóstico de HIV/aids por transmissão vertical. A análise das falas dos entrevistados foi realizada a partir do referencial psicanalítico, utilizando principalmente as teorias construídas por Freud e Lacan. A partir disso, pudemos concluir que guardar o diagnóstico de HIV como segredo implica resguardar a posição do sujeito em sua fantasia fundamental, que funciona de anteparo para a angústia e está diretamente ligada ao Outro. Nesse sentido a solução para ausência de sofrimento psíquico não seria nem direcionar o sujeito para a denúncia do segredo, nem tampouco, sugestioná-lo a manter o segredo a sete chaves. Neste momento, é fundamental compreender o lugar que o segredo encena na subjetividade dos jovens, por meio da escuta psicanalítica. Além disso, é imprescindível cuidar da resposta do psicanalista no âmbito institucional, como membro da equipe de saúde, defendendo um manejo delicado entre o tempo de cada sujeito e a importância da revelação do diagnóstico, uma vez que o paradigma da subjetividade pode ser uma alternativa competente para resolver uma problemática ainda muito incompreendida em serviços de saúde especializados em HIV/Aids |