Prevalência de parasitas emergentes e reermergentes de veiculação hídrica em crianças que vivem com HIV/aids: ênfase paraGiardia spp. e Cryptosporidium spp

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Fregonesi, Brisa Maria
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22133/tde-22012014-104630/
Resumo: As doenças de veiculação hídrica são causadas, principalmente, por micro-organismos patogênicos de origem entérica. A partir da década de 1980, as enfermidades causadas por protozoários parasitas emergiram e reemergiram e se tornaram um problema de saúde pública com relevância na atualidade, especialmente para grupos populacionais mais vulneráveis, como pessoas que vivem com HIV/aids. Este trabalho teve por objetivo avaliar a prevalência de parasitas emergentes e reemergentes em crianças que vivem com HIV/aids atendidas no HCFMRP-USP e os condicionantes socioambientais envolvidos. Foram coletadas 47 amostras de fezes de 17 crianças de quatro a 13 anos que vivem com HIV/aids atendidas no HCFMRP- USP, no período de março a setembro de 2013. Do total, 52,9% das crianças eram do sexo feminino e 47,1% do sexo masculino, sendo que 52.9% eram pardas, 35,3% brancas e 11,8% negras. A análise de coccídeos intestinais oportunistas, como Cryptosporidium spp., Cyclospora spp. e Cystoisospora spp. foi realizada pelo método de Ziehl Nielsen Modificado, enquanto que para a pesquisa de cistos de Giardia spp. e outros parasitas foi utilizado o método de sedimentação espontânea por meio do Kit Coproplus®. As presenças dos parasitas Giardia spp e Cryptosporidium spp. foram confirmadas por meio de ensaios imunoenzimáticos para detecção de antígenos (métodos de Elisa). Foi ainda aplicado um questionário referente às questões socioambientais, hábitos comportamentais e hábitos de higiene pessoal e alimentar adotados pelas crianças participantes do estudo e algumas informações adicionais foram coletadas dos prontuários. Os resultados obtidos revelaram uma alta frequência de parasitas em crianças que vivem com HIV/aids atendidas no HCFMRP- USP (76,5%), sendo representados por agentes patogênicos: Giardia spp. (35,3%), Cryptosporidium spp. (23,5%), Cyclospora spp. (5,9%); e agente comensal: Entamoeba coli (47,1%). Apesar de se tratar de protozoários de veiculação hídrica, considera-se que a água utilizada pelas crianças não seja a principal via de transmissão desses parasitas, tendo em vista as evidencias que existem da boa qualidade da água que abastece a região, procedente do Aquífero Guarani. Dessa forma, considera-se que as características socioambientais, os hábitos de higiene pessoal e alimentar adotados pelas crianças bem como o contato com outras pessoas e/ou animais podem ter contribuído para o quadro de enteroparasitoses. A alta prevalência de parasitas encontrada no presente estudo nos remete a grandes preocupações em termos de saúde pública, uma vez que, o quadro clínico para Giardia spp., Cryptosporidium spp, Cyclospora spp. pode evoluir para uma morbidade grave quando há uma supressão do sistema imunológico do indivíduo. Dessa forma, conclui-se que alguns aspectos são imprescindíveis para uma melhoria da qualidade de vida das crianças que vivem com HIV/aids, dentre os que se destacam: o diagnóstico precoce para enteroparasitas, a implementação da análise coprológica de protozoários emergentes e reemergentes na rotina da atenção desses pacientes, o uso correto da terapia antirretroviral, bem como o monitoramento das características imunológicas