Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2024 |
Autor(a) principal: |
Lobão, Lucas Fernandes |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://app.uff.br/riuff/handle/1/35299
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Resumo: |
Os parasitos gastrointestinais podem interferir no desenvolvimento e na sobrevida das serpentes, principalmente quando estas são mantidas em ambientes de confinamento. Além disso, as serpentes podem apresentar infecções crônicas com elevada mortalidade como as determinadas por Cryptosporidium serpentis ou podem até estar pseudoparasitadas por espécies que apresentam amplo potencial zoonótico, como Cryptosporidium parvum. Devido a importância dessa temática, este estudo teve como objetivo avaliar a frequência de helmintos e protozoários detectados em amostras fecais de serpentes cativas por meio da realização de diferentes técnicas parasitológicas com ênfase na identificação do protozoário Cryptosporidium sp..Entre 2021 e 2022 foram coletadas fezes de 189 serpentes do Instituto Vital Brazil, incluindo fezes de Bothrops jararaca, Bothrops jararacussu, Bothrops moojeni, Bothrops atrox, Bothrops leucurus, Crotalus durissus e Lachesis muta. As fezes foram obtidas durante a rotina de limpeza das caixas de armazenamento das serpentes. Estas foram pesadas em balança analítica e submetidas as técnicas microscópicas de Sheather e Ritchie modificadas, Lutz e coloração com solução de safranina e azul de metileno. Todas as amostras foram também submetidas a reação em cadeia da polimerase para amplificação do fragmento de DNA do gene 18S RNAr de Cryptosporidium sp. e em seguida submetidas ao sequenciamento nucleotídico. Amostras positivas para este protozoário também foram submetidas a caracterização molecular com o alvo gp60. Mais da metade (58,7%) das amostras coletadas pertenciam a serpentes fêmeas e 41,3% a exemplares machos. Formas de parasitos potencialmente infectantes para as serpentes foram identificadas por meio das técnicas coproparasitológicas microscópicas em 50,8% das amostras. Foi evidenciada diferença estatística significativa em relação a positividade geral de parasitos e as espécies de serpentes (p≤0,05). Destas, os parasitos foram principalmente detectados nas fezes de C. durissus, seguido de B. jararacussu, B. jararaca e B. moojeni. Verificou-se que os helmintos foram mais detectados do que os protozoários, sendo identificados nas fezes desses animais principalmente ovos similares a Kalicephalus sp. e oocistos de Eimeria sp. ambos potencialmente patogênicos para os animais. Também foram detectados helmintos pseudoparasitos como Siphacia sp., Aspiculuris sp. e ovos compatíveis com Hymenolepis nana, ou seja, que geralmente são identificados infectando roedores. Ao se associar os resultados obtidos da técnica parasitológica de coloração com a nested PCR, pode-se verificar uma frequência total de 19% para Cryptosporidium sp.. A partir das análises moleculares foram identificadas as espécies C. tyzzeri e C. parvum. Na caracterização genotípica com o alvo gp60 foram evidenciados genótipos com elevado potencial de transmissão zoonótica destacando o IIaA15G2R1 de C. parvum, além do IXbA8 de C. tyzzeri em amostras fecais de B. jararacussu, B. jararaca e C. durissus. Ademais IIaA14G2R1 de C. parvum que também pode ser transmitido entre diferentes hospedeiros foi identificado em amostra fecal de B. jararacussu e B. moojeni. Este estudo ressaltou a necessidade de se intensificar as condutas de manejo sanitário no serpentário, mas principalmente no biotério dos roedores que são fornecidos para essas serpentes como fonte de alimentação, uma vez que foram identificadas formas de parasitos que podem ser transmitidos para os tratadores desses animais |